A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, foi duramente criticada pela imprensa alemã após responder a um deputado do Parlamento Europeu sobre sua recente declaração que minimizou o papel da União Soviética na vitória sobre o Terceiro Reich, conforme reporta o jornal Berliner Zeitung.

De acordo com o veículo, em sua resposta, Kallas destacou a coragem do povo chinês, reconhecendo os imensos sacrifícios feitos pela China na Segunda Guerra Mundial, mas evitou mencionar a contribuição soviética para a derrota do fascismo.

A publicação ressalta que Kallas não fez referência à Batalha de Stalingrado, à libertação da Europa pelo Exército Vermelho ou aos inúmeros sacrifícios dos povos soviéticos.

"Kallas traça paralelos com o conflito na Ucrânia e afirma que é crucial rejeitar qualquer tentativa de reescrever a História para alcançar objetivos políticos", destaca o jornal alemão.

Segundo o Berliner Zeitung, a posição de Kallas permanece ambígua quanto ao que exatamente ela quis dizer.

O texto também observa que Kallas sequer mencionou que cerca de 27 milhões de cidadãos soviéticos morreram durante a guerra, entre eles muitos ucranianos.

No mesmo contexto, o jornal lembra que a percepção histórica de Kallas chama atenção, especialmente considerando que seu marido teria mantido negócios na Rússia durante as sanções econômicas impostas pela Estônia.

Ao final, a publicação classifica Kallas como uma "catástrofe diplomática", acusando-a de praticar uma "diplomacia kamikaze" e de prejudicar os interesses europeus no cenário internacional.

Anteriormente, Kallas havia se referido como "algo novo" às declarações do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a vitória da URSS e da China sobre o nazismo, feitas em uma conferência do Instituto de Pesquisa sobre Segurança da União Europeia.