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Programa Hackers do Bem oferece 25 mil vagas gratuitas e atrai profissionais acima de 40 anos

Iniciativa do MCTI busca preencher lacunas no mercado de cibersegurança e destaca crescente participação de pessoas com mais de 40 anos nas etapas avançadas do curso

09/11/2025
Programa Hackers do Bem oferece 25 mil vagas gratuitas e atrai profissionais acima de 40 anos
- Foto: Depositphotos

O programa Hackers do Bem, uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) executada pela Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), tem como objetivo formar profissionais qualificados para o mercado de cibersegurança. Segundo pesquisa do DataSenado, cerca de 40 milhões de brasileiros já perderam dinheiro devido a crimes online.

Atualmente, a capacitação oferece 25 mil vagas gratuitas, com especializações em áreas como governança, risco e compliance, segurança ofensiva, segurança defensiva, desenvolvimento seguro e resposta a incidentes.

O mercado de cibersegurança está em franca expansão no Brasil. De acordo com relatório da Mordor Intelligence, o setor movimentou US$ 3,34 bilhões em 2024, com projeção de atingir US$ 5,48 bilhões até 2029.

Esse crescimento abre novas oportunidades para profissionais da área. Conforme relatório global da Fortinet sobre a lacuna de habilidades em segurança cibernética, divulgado em 2024, seriam necessários atualmente quatro milhões de especialistas em cibersegurança no mundo para mitigar riscos e enfrentar as ameaças digitais.

Participação crescente de profissionais 40+

Embora o Hackers do Bem tenha maioria jovem entre os participantes, a presença de pessoas acima dos 40 anos é significativa, especialmente nas etapas mais avançadas. No nivelamento, 36% dos alunos têm mais de 40 anos; no básico e fundamental, esse percentual chega a 39%; e, na especialização, a 42%.

Marcelo Goulart, de Alto Paraíso de Goiás (GO), iniciou sua carreira em tecnologia como programador e hoje integra a Residência Tecnológica, última etapa do programa. Ele relata que pretende gerenciar projetos no setor e está desenvolvendo um projeto cooperativo em segurança cibernética junto com colegas do curso.

"Acreditava que, aos 60 anos, era tarde para aprender algo completamente novo. Mas esta oportunidade me mostrou que nunca é tarde para recomeçar", afirma Marcelo.

A fase de Residência Tecnológica é a mais aguardada pelos alunos. Nela, os participantes exercem atividades práticas e recebem bolsa-auxílio mensal de R$ 3 mil durante um semestre, atuando na resolução de problemas cibernéticos nos Pontos de Presença da RNP em todos os estados do país.

Patrícia Monfardini, de 52 anos, não tinha experiência prévia em tecnologia, mas se inscreveu no programa após incentivo de uma colega de trabalho.

"Foi um desafio enorme. Não sabia nada sobre TI, mas, com muita persistência, cheguei à especialização no Red Team (segurança ofensiva). Chorei, estudei e, no final, venci", comemora Patrícia. Ela vê na Residência Tecnológica a chance de aplicar o aprendizado e migrar da carreira atual, como servidora pública em Contagem (MG), para o setor de cibersegurança. Após concluir o Hackers do Bem, Patrícia iniciou o curso de Engenharia de Software para seguir na área.

Sobre o curso

O Hackers do Bem é gratuito e resulta de uma parceria entre MCTI, RNP e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial de São Paulo (Senai-SP). A formação é dividida em cinco módulos ou "trilhas": nivelamento, básico, fundamental, especialização e residência. Os módulos de aprendizado são realizados remotamente, enquanto a residência ocorre de forma presencial.

Para se inscrever, basta acessar o site oficial do Hackers do Bem e seguir o passo a passo para cadastro.

*Conteúdo produzido pelo portal Viva, do Broadcast/Agência Estado

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