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Bienal do Livro: Semed Maceió promove roda de diálogo sobre o direito à educação da pessoa idosa

Evento reafirma que a educação é um direito de todos e em todas as idades

07/11/2025
Bienal do Livro: Semed Maceió promove roda de diálogo sobre o direito à educação da pessoa idosa
Evento debate direito à educação da pessoa idosa na Bienal do Livro de Alagoas. - Foto: Bianca Rodrigues/ Ascom Semed

A Secretaria Municipal de Educação (Semed) de Maceió promoveu a Roda de Diálogo 1: “A efetivação do direito a inclusão da pessoa idosa no processo de escolarização”, com mediação de Janorete de Carvalho e José Rubens Lima, durante a 11ª Bienal do Livro de Alagoas. O encontro reuniu professores, diretores, conselheiros e estudantes para discutir práticas e desafios da alfabetização e do letramento de pessoas idosas.

A atividade ocorreu na noite da quinta-feira (6), das 18h às 20h, na Sala Ponta Verde (1º andar), e trouxe reflexões sobre o papel da educação como instrumento de inclusão e cidadania para pessoas com mais de 60 anos.

A noite foi aberta por Janorete de Carvalho, secretária-executiva do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Maceió, que ressaltou a importância de garantir o acesso à educação como base para outros direitos. “Sem o acesso à educação, a gente também não consegue acessar as demais políticas públicas. O preconceito ainda é muito grande, muitos familiares acham que é absurdo o idoso voltar à sala de aula, e é esse olhar que precisamos mudar”, afirmou.

O coordenador-técnico da Educação de Jovens, Adultos e Idosos da Semed, José Rubens Lima, explicou que a proposta da roda de conversa foi mostrar à sociedade alagoana que a presença da pessoa idosa nas salas de aula representa um ganho para a educação. “A escolarização da pessoa idosa não traz perdas, pelo contrário, traz ganhos. Eles têm experiências de vida riquíssimas, e a escola é também um espaço de socialização, de dançar, cantar, brincar e aprender juntos”, destacou.

Segundo Rubens, a rede pública municipal de ensino conta atualmente com 40 escolas e mais de 5 mil estudantes, sendo cerca de 40% com idade acima dos 50 anos.

Entre os relatos compartilhados, Vera Aquino, que atua em uma instituição de acolhimento, destacou o papel da ludicidade e da afetividade no processo de ensino. “Mesmo com adultos, trabalhar o lúdico é essencial. A afetividade é o que faz o idoso vencer a resistência e acreditar que pode aprender”, disse.

Outra experiência marcante foi apresentada por Claudinei de Maria França de Lima, assistente social e alfabetizadora do Programa Brasil Alfabetizado, que atua com idosos em uma casa de acolhimento. Ela contou a história de Dona Dorinha, 76 anos, com deficiência visual, que se emocionou ao reconhecer o próprio nome em letras feitas com cola colorida e textura.

“Ela disse: ‘Esse é o meu nome!’ e chorou. Esse momento não tem preço”, relembrou Claudinei. A alfabetizadora também reforçou a importância da educação como direito universal. “Todos têm o direito de aprender, conhecer seus direitos e se sentirem parte da sociedade.”

Encerrando a roda de conversa, a estudante Maria Aparecida Rodrigues da Silva, da Escola Municipal Dra. Nise da Silveira, fez a leitura de sua produção literária “Livros não têm asas”, emocionando o público, ao refletir sobre o poder da leitura e da imaginação.

O evento, realizado dentro da programação da Bienal do Livro de Alagoas, reafirmou que a educação é um direito de todos e em todas as idades. Promover o acesso da pessoa idosa à escolarização é reconhecer trajetórias, valorizar histórias e fortalecer uma sociedade mais justa, humana e inclusiva.