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De Maceió para a COP30: alagoana leva caso Braskem e pautas de justiça climática à conferência da ONU

Diretora do LabHacker e idealizadora do Observatório do Caso Braskem, Evelyn Gomes integra a delegação oficial brasileira na conferência climática da ONU e leva à pauta global os desafios de acesso à justiça e reconstrução pós-desastre em Alagoas

Assessoria 07/11/2025
De Maceió para a COP30: alagoana leva caso Braskem e pautas de justiça climática à conferência da ONU

A alagoana Evelyn Gomes, idealizadora do Observatório do Caso Braskem e diretora do LabHacker – Laboratório Brasileiro de Cultura Digital, integra a delegação oficial brasileira na COP30, conferência das Nações Unidas (ONU) sobre Mudanças Climáticas, que será realizada em Belém (PA), de 10 a 21 de novembro. Reconhecida por sua atuação em cultura digital, direitos humanos e justiça territorial, Evelyn leva ao encontro global as pautas e aprendizados do Observatório do Caso Braskem - iniciativa que monitora e dá transparência de dados aos impactos sociais e ambientais causados pela mineração em Maceió.

Durante o evento, ela apresentará dados estruturados e atualizações sobre o caso Braskem, destacando o papel da tecnologia social e da pesquisa cidadã na produção de informação pública e na reconstrução de territórios afetados. Sua participação inclui atividades tanto na Blue Zone, espaço oficial da ONU, quanto em diversos espaços da sociedade civil, como a Cúpula dos Povos, a Casa das ONGs, a COP do Povo e o World Climate Summit & The Investment COP, fortalecendo o diálogo entre incidência institucional, articulações comunitárias e plataformas globais de formulação política.

“A participação alagoana na COP30 é fundamental. Vivemos um contexto de pós-desastre e seguimos enfrentando os impactos da mineração e também das contra-narrativas. Sabemos que a agenda da Braskem é sustentada por dados produzidos e divulgados pela própria empresa. Por isso, é essencial fortalecer uma narrativa local, construída a partir da população e de pesquisas independentes, muitas delas conduzidas por cientistas de Alagoas e por iniciativas de jornalismo independente.
Estar presente nesse espaço global é garantir que as vozes de territórios como o nosso sejam ouvidas, especialmente diante de empresas e governos que definem os rumos da transição energética. Precisamos propor caminhos de justiça e reparação”, afirma Evelyn Gomes.

Em 2023, Evelyn apresentou na ONU, em Genebra, uma denúncia formal sobre a violação de direitos humanos decorrente do desastre urbano provocado pela Braskem, durante sessão do Conselho de Direitos Humanos. Desde então, ela segue atuando em incidências nacionais e internacionais, conectando pesquisadores, organizações e lideranças comunitárias para garantir que a situação de Maceió seja reconhecida como um caso de injustiça ambiental de escala global.

Além do trabalho com o Observatório, Evelyn também apresentará o projeto Mulheres de Rede, que conecta tecnologia, meio ambiente e transição energética ao formar mulheres ativistas em todo o país. A iniciativa já formou em tecnopolítica  mais de 350 mulheres lideranças em Alagoas, Amazonas e Rio Grande do Sul, promovendo uma abordagem interseccional e inovadora que une formação política, tecnologia, meio ambiente e cultura digital.

A presença de Evelyn Gomes na COP30 reforça o protagonismo de Alagoas nas discussões globais sobre justiça climática, transparência e reconstrução pós-desastre, conectando experiências locais a debates internacionais sobre o futuro climático e tecnológico do planeta.

Agenda de participações (em atualização):
•    10/11 às 18h – Local: Casa das ONGs  – Tema: Do Subsolo à Nuvem: impactos socioambientais dos avanços tecnológicos no Brasil
•    11/11 às 13h – Local: COP dos Povos – Tema: Democracia Ambiental: Desafios e Oportunidades para Defensores da Terra e do Meio Ambiente
•    18/11 às 16h – Local: Casa das ONGs  – Tema: Resistências locais - Barcarena, Fortaleza, Tapajós e Maceió