Geral

Ibovespa sustenta recorde e emenda 12ª alta consecutiva, maior sequência desde 1997

Principal índice da Bolsa brasileira fecha em leve alta, marca novo recorde e iguala série histórica de ganhos, impulsionado por fluxo estrangeiro e balanços positivos de empresas

06/11/2025
Ibovespa sustenta recorde e emenda 12ª alta consecutiva, maior sequência desde 1997
- Foto: Depositphotos

O Ibovespa perdeu força no fim do pregão desta quinta-feira (6), mas conseguiu manter o patamar recorde e engatar o 12º fechamento consecutivo em alta — a sequência mais longa desde 1997. O índice oscilou entre 153.234,96 e 154.352,25 pontos ao longo do dia, após abrir aos 153.296,59 pontos. No encerramento, registrou leve alta de 0,03%, aos 153.338,63 pontos, com volume financeiro de R$ 24,6 bilhões. No acumulado da semana e do mês, o Ibovespa avança 2,54%, elevando o ganho no ano para 27,48%.

As ações da Petrobras, que sustentaram o índice no início do dia, oscilaram à tarde, mas se recuperaram no fechamento: os papéis ON subiram 0,09% e os PN, 0,52%, mesmo com queda de cerca de 0,2% nos preços do Brent e do WTI em Londres e Nova York. Entre os grandes bancos, o desempenho foi misto, com variações entre -0,89% (Santander Unit) e +1,11% (Banco do Brasil ON). Já a Vale ON, principal ação do Ibovespa, recuou 0,35%. Entre as maiores altas do dia, destaque para Rede D'Or (+8,36%), RD Saúde (+3,76%) e Totvs (+3,00%). No lado oposto, Minerva (-13,48%), Magazine Luiza (-8,58%) e Brava (-6,58%) lideraram as perdas.

Para Andressa Bergamo, especialista em investimentos da AVG Capital, os balanços trimestrais de Rede D'Or e Totvs impulsionaram o desempenho das empresas, colocando-as entre as maiores altas do índice. Ela também ressalta que o Ibovespa atingiu novas máximas mesmo na contramão das bolsas de Nova York, onde o clima de cautela predomina diante da possibilidade de extensão do shutdown e dúvidas sobre uma possível bolha no setor de tecnologia.

O fluxo de capital estrangeiro, aliado à rotação de ações para mercados emergentes e à boa temporada de balanços das empresas brasileiras, ajudou o Ibovespa a igualar, nesta quinta, a sequência de 12 altas registrada entre 15 de maio e 2 de junho de 1997. Nos Estados Unidos, o Dow Jones caiu 0,84%, o S&P 500 recuou 1,12% e o Nasdaq, 1,90%.

"O fluxo de capital externo voltou a ser relevante em 2025. Metade dos recursos aplicados na Bolsa este ano vem de fora do país, em boa parte porque os juros mais baixos nos EUA tornam investimentos em mercados emergentes mais atrativos. Quando o retorno dos Treasuries cai, investidores globais buscam alternativas com maior retorno relativo e o Brasil, mesmo com alguns riscos, oferece exatamente isso", explica Otávio Araújo, consultor sênior da ZERO Markets Brasil.

"A sessão foi mais uma vez movimentada após um comunicado firme do Copom na noite anterior sobre a Selic, sem sinal ainda de quando os juros poderão começar a ser cortados no Brasil, em uma política monetária que venha a ser menos restritiva. A atenção se volta agora para o balanço da Petrobras após o fechamento de hoje, com expectativa do mercado para distribuição em torno de R$ 12 bilhões em dividendos pela empresa", analisa Ian Lopes, economista da Valor Investimentos.

Foto: https://depositphotos.com/