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EUA anunciam sanções a integrantes do Hezbollah por exploração da economia libanesa

Departamento do Tesouro dos EUA mira operadores do Hezbollah acusados de movimentar milhões de dólares do Irã para o grupo, ampliando pressão sobre a economia do Líbano em meio a ataques de Israel.

06/11/2025
EUA anunciam sanções a integrantes do Hezbollah por exploração da economia libanesa
- Foto: Reprodução

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira, 7, novas sanções contra integrantes do Hezbollah acusados de utilizar casas de câmbio libanesas para transferir dezenas de milhões de dólares do Irã ao grupo em 2025. Segundo comunicado, esses recursos financiaram forças paramilitares, infraestrutura terrorista e ações contra o governo libanês, em um esquema que mescla financiamento ilícito e operações comerciais legítimas, ameaçando a integridade do sistema financeiro do país. As sanções ocorrem em paralelo aos ataques de Israel ao Líbano.

O subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, John K. Hurley, declarou: "O Líbano tem a oportunidade de ser livre e seguro, mas isso só será possível se o Hezbollah for desarmado e cortado do financiamento iraniano".

Entre os sancionados estão Ossam Jaber, responsável por movimentar recursos do Irã para o Líbano por meio de cambistas; Ja'far Muhammad Qasir, filho do ex-chefe financeiro do Hezbollah, Muhammad Qasir, morto em 2024; e Samer Kasbar, diretor da Hokoul SAL Offshore, empresa de fachada do grupo. O Tesouro aponta que Ja'far e Kasbar, em parceria com aliados sírios, coordenaram operações de venda de petróleo e produtos químicos iranianos para financiar o Hezbollah.

Desde janeiro, a Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária do Irã teria transferido mais de US$ 1 bilhão ao grupo, principalmente através de casas de câmbio, conforme informou o Tesouro. As sanções bloqueiam os bens dos envolvidos nos Estados Unidos e proíbem transações com cidadãos ou empresas americanas.

De acordo com o Tesouro, as medidas visam pressionar o Hezbollah a romper laços financeiros com Teerã e reduzir sua influência sobre a economia libanesa, já gravemente afetada desde a crise financeira de 2019, provocada por anos de déficits fiscais e acúmulo de dívidas, problemas que foram mascarados pelo Banco Central do Líbano.