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Estudo do BNDES aponta Angra 3 operando em 2033 e custo bilionário em caso de desistência
Relatório do banco indica que abandonar o projeto pode custar até R$ 26 bilhões, valor superior ao necessário para concluir a usina, cuja entrada em operação está prevista para 2033.
A Eletronuclear encaminhou ao Ministério de Minas e Energia (MME) o resultado do estudo atualizado sobre a modelagem econômico-financeira de Angra 3, elaborado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O levantamento, solicitado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), aponta que a conclusão da usina é o cenário mais racional e vantajoso para o País.
De acordo com a Eletronuclear, o MME deverá remeter o estudo ao CNPE, que decidirá sobre a continuidade ou não da obra em reunião prevista ainda para este ano. O tema já foi debatido pelo CNPE em três ocasiões desde 2024 — em dezembro de 2024, fevereiro de 2025 e outubro de 2025. Nessas oportunidades, o presidente do Conselho, ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira, votou favoravelmente à conclusão do empreendimento, mas os demais conselheiros solicitaram pedido de vista coletivo.
Segundo o estudo do BNDES, o custo do abandono das obras de Angra 3 pode variar entre R$ 22 bilhões e R$ 26 bilhões. Esse valor pode superar o necessário para finalizar o empreendimento, estimado em R$ 24 bilhões, sem que seja gerado sequer um megawatt-hora (MWh) de energia elétrica.
A entrada em operação comercial da usina está prevista para 2033. Os resultados do estudo reafirmam as conclusões apresentadas em 2024, mantendo-se dentro dos limites esperados de revisão e preservando a mesma ordem de grandeza entre os cenários de continuidade e de abandono do projeto.
Comparando com o estudo apresentado ao CNPE em dezembro de 2024, houve acréscimo de aproximadamente R$ 75/MWh, decorrente principalmente da postergação do início da operação e da atualização dos custos de financiamento e investimento. Vale ressaltar que o estudo de 2024 já previa esse possível acréscimo, estimado em até R$ 100/MWh, caso a decisão sobre o projeto não fosse tomada ainda naquele ano.
Com isso, as novas tarifas calculadas pelo banco variam entre R$ 778,86/MWh e R$ 817,27/MWh, conforme informou a Eletronuclear.
O projeto de Angra 3, que terá capacidade instalada de 1,4 gigawatts (GW), já consumiu cerca de R$ 12 bilhões, mas segue indefinido quanto à sua conclusão. Enquanto não há decisão do CNPE, a Eletronuclear desembolsa aproximadamente R$ 1 bilhão por ano apenas para a manutenção do empreendimento.
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