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Ouro fecha estável em meio a incertezas sobre shutdown nos EUA e expectativas para o Fed

Metal precioso oscila próximo da estabilidade, refletindo preocupações com paralisação do governo americano, aumento de demissões e apostas de corte de juros pelo Federal Reserve

06/11/2025
Ouro fecha estável em meio a incertezas sobre shutdown nos EUA e expectativas para o Fed
Foto: © Sputnik / Ilya Naymushin / Acessar o banco de imagens

O ouro encerrou a sessão desta quinta-feira (6) próximo da estabilidade, em meio à atenção dos investidores para o prolongado shutdown nos Estados Unidos e ao anúncio de mais de 153 mil demissões por empresas americanas em outubro — cenário que reforça as apostas em cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed) em dezembro.

Na Comex, divisão de metais da Bolsa de Nova York (Nymex), o contrato do ouro para dezembro recuou 0,04%, fechando a US$ 3.991,00 por onça-troy.

Durante o dia, o metal chegou a superar os US$ 4.000, impulsionado pela reação dos traders aos dados mais recentes do mercado de trabalho americano, que influenciam as expectativas para a política monetária do Fed.

"Com a reunião final do Fed de 2025 se aproximando e a paralisação do governo dos EUA atrasando dados importantes, os mercados enfrentam uma incerteza ampliada sobre a perspectiva econômica e o caminho para mais flexibilização", avaliou Soojin Kim, do MUFG.

Segundo relatório divulgado nesta quinta-feira pela consultoria Challenger, Grey & Christmas, empresas sediadas nos EUA anunciaram o maior número de demissões desde 2003, representando um aumento de 175% em relação a outubro de 2024. O principal dado federal de emprego, o payroll, não deve ser divulgado novamente nesta sexta-feira devido ao shutdown.

Também nesta tarde, Beth Hammack, presidente do Fed de Cleveland, adotou tom cauteloso e afirmou não ter certeza sobre a necessidade de mudanças na política monetária neste momento. Já Michael Barr, diretor do BC, destacou que o trabalho "ainda não terminou".

Apesar das recentes correções do metal precioso, especialistas apontam potencial de valorização para os próximos meses. "Cortes mais expressivos nos juros dos EUA até meados de 2026 devem pressionar o dólar para baixo e aumentar a procura pelo ouro como proteção", afirma Mauriciano Cavalcante, diretor de ouro da corretora Ourominas.

Em 2024, a commodity acumula alta de 52%, impulsionada por compras de bancos centrais, fluxo para ETFs e incertezas geopolíticas persistentes.

Com informações da Dow Jones Newswires