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Ex-primeira-dama do Peru recorre ao STF para evitar prisão e extradição

Nadine Heredia, condenada por corrupção, pede ao Supremo que suspenda ordem de prisão e anule provas obtidas em cooperação com o Peru

Sputinik Brasil 06/11/2025
Ex-primeira-dama do Peru recorre ao STF para evitar prisão e extradição
Foto: © AP Photo / Martin Mejia

Asilada política no Brasil desde abril, a ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, protocolou um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte julgue contrariamente à ordem de prisão e à eventual extradição ao seu país de origem.

Casada com o ex-presidente Ollanta Humala, Heredia solicita ainda a anulação das provas obtidas por meio de cooperação entre o Brasil e o Peru, especialmente aquelas relacionadas aos sistemas da empreiteira Odebrecht.

Em março, ela e o marido foram condenados a 15 anos de prisão por corrupção envolvendo a Odebrecht. Humala já cumpre pena no Peru. Segundo a decisão judicial, o casal teria recebido US$ 3 milhões (aproximadamente R$ 16 milhões) para financiar as campanhas presidenciais de 2006 e 2011.

Recentemente, a Justiça peruana emitiu um novo mandado de prisão contra Heredia, medida que, segundo sua defesa, contraria decisões anteriores que invalidaram provas da Odebrecht. A petição enviada ao STF argumenta:

"Autorizar a realização do ato cooperacional equivalerá a cooperar com a continuidade de um processo penal baseado em prova ilícita, porque indiscutivelmente inidônea, conforme já reconhecido por esse Supremo Tribunal Federal", afirma a defesa.

Em 2023, o STF declarou a imprestabilidade das provas contra Humala. Agora, a defesa de Heredia pede que esse entendimento seja estendido à ex-primeira-dama.

Nos últimos dez anos, o Peru teve sete presidentes ocupando o cargo, sendo apenas dois eleitos diretamente. Os demais assumiram por mecanismos constitucionais.

É o caso de Dina Boluarte, que assumiu a presidência após a destituição de Pedro Castillo. Vice-presidente, Boluarte tomou posse em 2022 após a tentativa de autogolpe de Castillo, mas foi removida recentemente, em 10 de junho, com 122 votos favoráveis e nenhum contrário.