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Lula cobra urgência climática e critica disseminação de inverdades por extremistas

Presidente destaca impactos do aquecimento global e aponta desinformação como obstáculo ao enfrentamento da crise climática; financiamento internacional segue como desafio

06/11/2025
Lula cobra urgência climática e critica disseminação de inverdades por extremistas
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). - Foto: Reprodução

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reforçou nesta quinta-feira, 6, a necessidade de ações urgentes para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, ao citar as "dramáticas perdas humanas" causadas pelo aquecimento global. Lula também alertou para a atuação de forças extremistas que, segundo ele, "fabricam inverdades" com fins eleitorais.

A declaração de Lula ecoa o discurso recorrente da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, sobre o chamado "negacionismo climático". Sem citar nomes, o presidente ressaltou ainda que "rivalidades estratégicas e conflitos armados" desviam atenção e recursos financeiros que poderiam ser destinados ao combate ao aquecimento global.

Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o planeta caminha para um aumento de até 2,5ºC na temperatura até 2100. Nesse cenário, o chamado "Mapa do Caminho Baku-Belém" alerta que mais de 250 mil pessoas poderão morrer anualmente, e o Produto Interno Bruto (PIB) global pode sofrer uma redução de até 30%. "A COP30 será a COP da verdade", declarou Lula, reforçando o lema defendido pela presidência brasileira.

O principal ponto de debate é o financiamento. Na última Conferência das Partes (COP) realizada em Baku, Azerbaijão, ficou definido que países desenvolvidos devem "assumir a liderança" no aporte de pelo menos US$ 300 bilhões anuais até 2035 — valor considerado insuficiente por especialistas. O Brasil comprometeu-se, ao lado do Azerbaijão, a apresentar um roteiro para alcançar a meta de US$ 1,3 trilhão.

O cenário geopolítico desfavorável ao multilateralismo, exemplificado pela futura saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris prevista para o início de 2026, é apontado como um dos principais obstáculos para a mobilização de recursos trilionários necessários ao enfrentamento da crise climática.