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Membro do Fed expressa desconforto com corte de juros sem dados de inflação durante shutdown

Austan Goolsbee, presidente do Fed de Chicago, alerta para riscos de decisões sem indicadores oficiais durante paralisação do governo dos EUA

06/11/2025
Membro do Fed expressa desconforto com corte de juros sem dados de inflação durante shutdown
- Foto: Reprodução

Austan Goolsbee, presidente do Federal Reserve (Fed) de Chicago, afirmou nesta quinta-feira, 6, que está "desconfortável com um corte de juros sem acesso a dados de inflação", referindo-se à paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, que interrompeu a divulgação de indicadores oficiais. "Não temos informações suficientes sobre a inflação" com o shutdown, ressaltou.

O dirigente também manifestou preocupação ao observar que "os dados ficam indisponíveis justamente no momento em que a inflação de serviços estava subindo".

Goolsbee defendeu cautela na condução da política monetária. "Eu tendo mais a pensar que, quando se está na neblina, devemos ser cuidadosos e desacelerar", afirmou, usando uma metáfora para a falta de informações. O shutdown entrou nesta quinta-feira em seu 37º dia.

Segundo ele, "o ponto de equilíbrio das taxas ficará bem abaixo do nível atual", mas o Fed "não pode contar com a hipótese de que a inflação será transitória".

O presidente da distrital do Fed de Chicago avaliou que a maioria dos indicadores aponta estabilidade no mercado de trabalho e que a taxa de desemprego está "basicamente inalterada". Apesar disso, reconheceu um "pequeno risco negativo" para o emprego, mas destacou que o cenário atual não se assemelha a uma recessão. "Inícios de recessões não são marcados por baixa contratação e baixa demissão", explicou. Para ele, o ambiente é de incerteza: "baixa contratação e baixa demissão são características de ambiente incerto".

Em entrevista à CNBC, Goolsbee acrescentou que, diante da falta de dados recentes, "talvez eu esteja relutante em seguir com um ciclo de corte de taxas de juros". "Eu não tenho uma postura hawkish em relação aos juros no médio prazo", concluiu.