Autoridades palestinas denunciaram nesta quinta-feira (6) que Israel permitiu a entrada de apenas 4.453 caminhões com alimentos, combustível e outros bens essenciais desde o início do cessar-fogo com o Hamas.

Segundo relatório divulgado, esse número representa menos de um terço do volume previsto no acordo firmado entre as partes.

"Após o anúncio do cessar-fogo, entraram na Faixa de Gaza 4.453 caminhões, em vez dos 15.600 esperados. Isso equivale a não mais que 28% do volume acordado", informaram as autoridades locais em comunicado.

O documento acrescenta que Israel segue proibindo a entrada de mais de 350 tipos de produtos alimentares, incluindo itens básicos como carne, peixe, ovos, frutas, vegetais, laticínios e suplementos nutricionais. Por outro lado, alimentos de baixo valor nutritivo, como refrigerantes, chocolates e batatas fritas, têm sido liberados, mas vendidos a preços até 15 vezes acima do normal.

A crise de combustível também permanece grave. Desde o início da trégua, apenas 31 caminhões com gás doméstico e 84 com óleo combustível conseguiram acessar o território.

O acordo entre Israel e Hamas também previa trocas humanitárias. O movimento palestino libertou 20 reféns detidos em Gaza desde 7 de outubro de 2023, completando a libertação de todos os sobreviventes. Em contrapartida, Israel libertou 1.718 prisioneiros originários de Gaza e 250 palestinos condenados à prisão perpétua ou a longas penas, conforme o Escritório de Mídia para Assuntos dos Detidos.

Atualmente, o Hamas está entregando às autoridades israelenses os restos mortais de reféns que morreram em cativeiro.

Apesar do cessar-fogo, a tensão segue elevada. As Forças de Defesa de Israel (FDI) confirmaram novos ataques a alvos em Gaza, alegando resposta a violações do cessar-fogo por parte palestina.