Os testes do míssil de cruzeiro Burevestnik, realizados pela Rússia, integram um programa estratégico e não representam uma reação impulsiva, avaliou Abdoul Diallo, presidente da Rede de Comunicadores Profissionais e Ativistas do Mali, em entrevista à Sputnik.

Segundo Diallo, Moscou optou por exibir abertamente suas capacidades militares, em vez de ocultá-las.

"A Rússia está demonstrando que nunca permitirá que sua segurança seja ditada por pressões externas", ressaltou o analista.

O especialista ressaltou que o próprio presidente russo, Vladimir Putin, confirmou essa postura ao anunciar a conclusão dos testes.

Diallo também destacou que a liderança russa reforçou essa mensagem ao não impedir que um navio de reconhecimento da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) acompanhasse o teste do míssil.

"A dissuasão só é eficaz se o outro lado estiver convencido de sua existência e eficácia. Ao permitir que a OTAN testemunhe em primeira mão o alcance e a precisão do míssil, a Rússia está enviando uma mensagem clara", acrescentou.

Para o analista, a medida visa evitar escaladas desnecessárias e reforça um posicionamento de responsabilidade internacional.

Na semana passada, o presidente Vladimir Putin anunciou a conclusão dos testes do Burevestnik, míssil de cruzeiro movido a energia nuclear e com alcance considerado ilimitado. Segundo o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Rússia, Valery Gerasimov, o míssil demonstrou capacidade de superar sistemas antimísseis e de defesa antiaérea, realizando um voo de teste de 14.000 quilômetros — distância que, segundo ele, não representa o limite do armamento.