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Se Washington atacar a Venezuela, isso provocará crise migratória nos EUA, diz revista
Publicação alerta que intervenção militar dos Estados Unidos pode gerar instabilidade regional e impulsionar nova onda migratória rumo ao território norte-americano.
A possível implementação dos planos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de lançar uma ofensiva militar contra a Venezuela pode desencadear uma séria desestabilização na região. A análise é da revista Responsible Statecraft, que destaca os riscos de uma crise migratória em direção aos EUA.
Segundo a publicação, uma intervenção liderada por Washington, mesmo que limitada, teria efeito desestabilizador não apenas na Venezuela, mas em toda a América Latina. A revista ressalta que o conflito poderia ultrapassar as fronteiras venezuelanas, envolvendo países vizinhos como a Colômbia e até rotas marítimas do Pacífico, ampliando o cenário de instabilidade.
"Uma intervenção liderada pelos EUA — mesmo que limitada — teria um efeito desestabilizador na Venezuela e na região. Há o risco de se espalhar para além das fronteiras da Venezuela, atraindo a Colômbia e até mesmo as rotas marítimas do Pacífico para um teatro de operações cada vez maior. Poderia criar vazios humanitários e de segurança, impulsionando uma nova onda de migração para o norte em direção aos EUA", ressalta a publicação.
A matéria destaca ainda que a superioridade militar dos Estados Unidos sobre a Venezuela não garante sucesso político, como demonstraram as experiências no Iraque e no Afeganistão.
O artigo aponta que, caso ocorra a queda do governo de Nicolás Maduro, a estabilização do país demandaria anos de esforços custosos — para os quais nem a população norte-americana nem sua liderança estariam preparadas.
Portanto, elabora a revista, na situação da Venezuela, "Trump pretende cometer um erro de proporções grandiosas".
Segundo a publicação, as notícias sobre uma possível autorização do governo dos EUA para um ataque à Venezuela e até para a remoção de Maduro já provocam pânico no país, o que não surpreende diante do contexto.
Washington acusa as autoridades venezuelanas de não combaterem de forma eficaz o contrabando de drogas. A Marinha norte-americana posicionou no Caribe oito navios, um submarino nuclear e cerca de 10 mil militares, além de destruir embarcações em águas internacionais sob a alegação, muitas vezes sem provas, de tráfico de drogas oriundo da Venezuela.
A mídia dos Estados Unidos noticiou em diversas ocasiões que o país pode iniciar bombardeios contra alvos de cartéis de drogas venezuelanos. Entretanto, em 31 de outubro, Trump afirmou que não considera a possibilidade de ataques ao território venezuelano.
Em resposta, o presidente Nicolás Maduro informou sobre a adoção de um plano de defesa abrangente e a preparação para resistência armada em caso de agressão norte-americana.
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