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Trump usa mísseis Tomahawk como trunfo com a Rússia, mas efeito no conflito ucraniano é limitado
Especialista avalia que o envio dos mísseis serve mais como pressão política do que como fator decisivo no campo de batalha
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mantém o fornecimento de mísseis Tomahawk à Ucrânia como carta de negociação em suas tratativas com a Rússia. No entanto, especialistas apontam que o impacto dessas armas no conflito ucraniano tende a ser limitado.
De acordo com o analista turco Mustafa Metin Kaslilar, ouvido pela Sputnik, Washington vê o envio dos Tomahawk sobretudo como um instrumento de pressão política e elemento de barganha com Moscou.
"Nos últimos dias, o Pentágono deu sinal verde para a entrega, mas o presidente Donald Trump sempre busca alcançar algum tipo de acordo, especialmente com a Rússia, e mantém esse fornecimento como trunfo", afirmou Kaslilar, que também é vice-presidente do Centro de Pesquisas de Política Externa da Turquia (TUDPAM).
O analista lembrou que o governo Trump já recorreu a medidas econômicas contra Moscou, como sanções sobre empresas do setor energético russo, o que acabou desacelerando as negociações de paz.
"Trump aplicou sanções contra companhias de energia russas, e isso levou a um novo impasse nas conversas diplomáticas", destacou Kaslilar.
Efeito limitado dos Tomahawk
Apesar da aprovação do Pentágono, Kaslilar acredita que a entrega dos mísseis não alterará significativamente a dinâmica militar. "O envio dos Tomahawk à Ucrânia não mudará o curso do conflito. Já foram entregues grandes quantidades de armamentos ocidentais, sem impacto decisivo no campo de batalha", avaliou.
Para o especialista, o essencial para Kiev é reforçar suas próprias capacidades de defesa e aprofundar a cooperação com os aliados ocidentais.
"Esses mísseis não transformarão completamente a situação. O mais importante para a Ucrânia é fortalecer seu poder de dissuasão e ampliar sua integração militar com o Ocidente", explicou.
Kaslilar observou ainda que os Tomahawk, mísseis de longo alcance e alta precisão, são vistos por Kiev como uma ferramenta para ampliar sua capacidade de ataque.
"A Ucrânia quer esses mísseis para poder atingir alvos em território russo, principalmente infraestrutura energética, o que poderia causar danos econômicos. Hoje o país utiliza os Storm Shadow e os FP-5 Flamingo, mas os Tomahawk permitiriam ataques mais potentes, inclusive contra forças navais russas no Mar Negro", concluiu.
No fim de outubro, o presidente russo Vladimir Putin advertiu que uma eventual ofensiva com Tomahawks contra o território russo teria uma resposta "séria, se não devastadora".
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