O Banco da Amazônia (Basa), instituição federal dedicada ao desenvolvimento sustentável da região Norte, pretende utilizar a 30ª Conferência das Partes (COP30), em Belém (PA), como palco para promover novos modelos de investimento e cooperação internacional.

A informação foi confirmada pelo presidente do Basa, Luiz Lessa, em entrevista à Sputnik Brasil nesta quarta-feira (5), durante o segundo dia do Fórum Brasil-África.

Lessa destacou que o banco busca garantir a presença efetiva da voz da Amazônia nas discussões e no documento final da conferência climática.

"Vamos ter na COP, lá no nosso estande durante todo o período, muitos eventos de debate, tanto pela manhã quanto pela tarde, tratando de assuntos relevantes para que a gente possa trazer, a partir desse debate, as nossas contribuições para o documento final da COP."

Segundo o presidente, o objetivo é que as propostas debatidas na Green Zone se convertam em ações concretas para o desenvolvimento sustentável da região.

Entre as iniciativas, está o lançamento de um livro que analisa caminhos para fortalecer as relações econômicas entre a Amazônia e países africanos.

O estudo, que será lançado em 12 de novembro no estande do Basa, aborda tanto o aumento do volume de negócios quanto a troca de experiências produtivas e sustentáveis entre as duas regiões.

"O livro traz todo o estudo sobre como incrementar os negócios entre a região amazônica e os países africanos, não só em termos de volume de negócio, mas também de troca de experiências produtivas e de manejos", explicou o presidente.

O material também identifica os principais obstáculos que precisam ser superados para que o fluxo comercial e de conhecimento avance de forma consistente.

Além da integração internacional, o Basa aposta em novas ferramentas financeiras para atrair investimentos voltados à transição verde.

Lessa anunciou a criação de três fundos catalíticos, com aporte inicial de R$ 500 milhões, que poderão mobilizar até R$ 4 bilhões com a participação de parceiros públicos e privados.

Os fundos terão diferentes áreas de atuação: um voltado ao desenvolvimento da infraestrutura verde na região Norte; o segundo, à bioeconomia e sustentabilidade; e o terceiro, a iniciativas de educação e desenvolvimento regional com impacto social.

"Esses fundos são para a região Norte, e vamos priorizar projetos inovadores de bioeconomia e sustentabilidade."

O presidente ressaltou que o banco vem ampliando a presença internacional da Amazônia em fóruns econômicos e ambientais, com o objetivo de mostrar que a região pode ser protagonista em soluções climáticas.

A expectativa é que os debates e projetos apresentados em Belém se traduzam em políticas de longo prazo, voltadas à valorização dos ativos ambientais e à geração de emprego e renda locais.

"A COP30 é uma oportunidade única para mostrarmos que a Amazônia é parte da solução global. Nosso papel como banco de desenvolvimento é transformar essas ideias em projetos concretos, com resultados para quem vive na região."

A COP30, que será realizada de 10 a 21 de novembro, reunirá nações para discutir mudanças climáticas e é vista como uma oportunidade para avançar na execução de metas ambientais.