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Usina Carolo é alvo de busca e apreensão por suspeita de ligação com esquema de combustível do PCC
Máquinas agrícolas e caminhões avaliados em R$ 30 milhões foram apreendidos em Pontal (SP)
A Justiça de Pontal, na região de Ribeirão Preto (SP), realizou nesta quarta-feira (5) uma operação de busca e apreensão na Usina Carolo S/A, investigada pelo Ministério Público por suposta participação em um esquema de fraudes tributárias e lavagem de dinheiro ligado ao PCC. Foram confiscados 12 tratores, quatro caminhões Volkswagen e 12 transbordos — veículos usados na colheita de cana-de-açúcar —, avaliados em R$ 30 milhões.
Entenda o caso:
Segundo informações do portal Metrópoles, a ação não está diretamente relacionada às investigações criminais, mas sim a um processo movido por uma empresa que alugou os equipamentos agrícolas à Carolo por 60 meses. Diante do não pagamento de cerca de R$ 8 milhões pelo aluguel das máquinas, a companhia solicitou a retomada dos bens.
No despacho, o juiz responsável, cujo nome não foi divulgado por se tratar de processo em segredo de Justiça, autorizou arrombamento e reforço policial, caso necessário, para garantir o cumprimento da decisão. Duas viaturas da Polícia Militar acompanharam o oficial de Justiça, mas o uso da força não foi necessário. Testemunhas relataram a ausência de representantes da Carolo durante a ação.
A empresa foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta edição.
Suposto elo com o PCC
A região de Ribeirão Preto, tradicional polo do setor sucroenergético em São Paulo, tornou-se o centro de uma investigação que revelou um megaesquema criminoso. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o PCC teria se infiltrado na cadeia produtiva do etanol, utilizando o município como base para fraudes fiscais, lavagem de dinheiro por meio de fintechs e, principalmente, para a venda de combustível adulterado.
O Ministério Público aponta que o grupo criminoso investiu pesado no arrendamento de terras para o plantio de cana-de-açúcar, pagando valores muito acima do mercado, muitas vezes em dinheiro vivo. Essa prática elevou os custos de produção e afastou concorrentes legítimos, facilitando o controle da matéria-prima por usinas como a Carolo.
Com o domínio do insumo agrícola, o esquema avançava para a produção e distribuição. Segundo as investigações, o etanol dessas usinas era enviado a distribuidoras cúmplices, como a Rede Sol Fuel. Nesses locais, o combustível era adulterado com metanol — substância importada ilegalmente, geralmente pelo Porto de Paranaguá — e vendido nos postos como etanol comum.
Além da adulteração, o grupo utilizava uma fintech sediada em Ribeirão Preto para movimentar e ocultar mais de R$ 17,7 bilhões em transações, dando aparência de legalidade ao dinheiro de origem criminosa.
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