O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) realizou a emissão inaugural do Título Amazônia, captando US$ 100 milhões para financiar projetos de desenvolvimento sustentável e de alto impacto em toda a região amazônica. Trata-se da primeira operação dentro do Programa de Amazônia Bonds do BID, que prevê um total de US$ 1 bilhão em emissões voltadas à conservação e ao fortalecimento das comunidades locais.

De acordo com comunicado do BID, "a emissão representa um marco pioneiro no uso do mercado de capitais para conservar um dos ecossistemas mais vitais do planeta e fortalecer comunidades locais".

O título foi estruturado conforme as Diretrizes de Emissão de Títulos Amazônia, desenvolvidas em parceria entre BID e Banco Mundial, além do Arcabouço de Dívida Sustentável do BID. A operação segue padrões rigorosos de uso dos recursos, medição de impacto e transparência, segundo a instituição.

Administrado pelo Crédit Agricole CIB, o título oferece taxa de 3,802% ao ano. Após essa emissão inaugural, a Secretaria do Tesouro Nacional do Brasil manifestou apoio à iniciativa e intenção de avaliar a possibilidade de emitir seus próprios títulos seguindo as Diretrizes dos Títulos da Amazônia, com suporte do BID e do Banco Mundial.

Os recursos captados serão destinados a projetos que visem melhorar os meios de subsistência locais, fortalecer a resiliência econômica, promover o manejo florestal sustentável e proteger a biodiversidade da região.

"Como iniciativa pioneira, nosso Programa de Amazônia Bonds estabelece um modelo inspirador para outros seguirem, mobilizando capital privado para proteger a Amazônia e promover o bem-estar de seu povo", afirmou o presidente do Grupo BID, Ilan Goldfajn, em nota oficial.

Em julho, o BID e o Banco Mundial anunciaram uma colaboração estratégica para apoiar países e instituições interessadas em lançar seus próprios Programas de Emissão de Bonds da Amazônia, com o BID liderando o movimento ao ser a primeira instituição a estabelecer esse tipo de programa.

A iniciativa integra o programa regional Amazônia Sempre, do Grupo BID, voltado para a conservação e o desenvolvimento sustentável da floresta. Espanha, Alemanha e Fundo Verde para o Clima foram parceiros fundamentais na elaboração das diretrizes de emissão.