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Ibovespa luta no fim e sobe 0,17%, aos 150,7 mil, estendendo série de recordes

04/11/2025
Ibovespa luta no fim e sobe 0,17%, aos 150,7 mil, estendendo série de recordes
- Foto: Depositphotos

O Ibovespa reteve em fechamento a inédita marca de 150 mil pontos pelo segundo dia, em viés positivo no ajuste de fechamento, estendendo hoje a série para dez altas - sete delas correspondendo a níveis recordes de encerramento. A sequência de dez avanços é a mais longa desde os 11 ganhos observados na primeira quinzena de julho de 2024. Nesta terça-feira, 04, o índice da B3 voltou a estabelecer novo pico histórico intradia, aos 150.887,55 pontos, no início da tarde, antes de perder fôlego na etapa vespertina, recuperando-se apenas nos minutos finais, em alta de 0,17%, aos 150.704,20 pontos, nova máxima de encerramento para o Ibovespa.

Reforçado em direção ao fechamento, o giro financeiro foi a R$ 25,3 bilhões. Na semana, o índice sobe 0,78%, e no ano agrega ganho de 25,29%. Na ponta ganhadora do Ibovespa na sessão, Pão de Açúcar (+6,16%), Vamos (+5,02%) e IRB (+3,49%). No lado oposto, Embraer (-3,60%) após balanço trimestral, seguida por Cosan (-3,12%) e CSN Mineração (-2,13%) no encerramento.

Na B3, o prosseguimento da escalada do Ibovespa parecia que seria contido, hoje, pelo desempenho negativo do carro-chefe Vale (ON -1,12%). Contudo, Petrobras se firmou em alta à tarde na ON (+0,94%, máxima do dia no fechamento) e na PN (+0,50%) apesar da queda do petróleo em Londres e Nova York. O dia também foi desfavorável ao minério de ferro na China, em baixa de 1,7% em Dalian.

Assim como Vale, Itaú, que divulga balanço após o fechamento, também oscilou para baixo, contribuindo para tirar força do Ibovespa na etapa vespertina, com a ação PN do banco em retração moderada a 0,30% no fechamento, na contramão dos papéis do setor financeiro nesta terça, em que o destaque, entre as maiores instituições, foi o Banco do Brasil (ON +0,86%).

Em dia de agenda macro relativamente esvaziada, destaque para a retração de 0,4% da produção industrial em setembro, na margem, conforme dados divulgados de manhã pelo IBGE, na véspera da deliberação do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a Selic, que deve ser mantida em 15% ao ano, amanhã. A expectativa para o fim da reunião desta quarta-feira se volta para o comunicado, na medida em que o mercado aguarda para o primeiro trimestre de 2026 o início do processo de redução da taxa básica de juros - que pode sofrer atraso, possivelmente para abril.

Para Antonio Ricciardi, economista do Daycoval, a leitura sobre a produção industrial veio praticamente em linha com o esperado para o mês, confirmando a desaceleração de ritmo em relação ao observado no fim do segundo trimestre. No terceiro trimestre, apenas bens intermediários conservam variação positiva na comparação interanual, com a abertura de dados da indústria confirmando a percepção sobre os efeitos da política monetária ainda restritiva.

"As aberturas têm mostrado enfraquecimento, e o viés tende a se manter dessa forma, na medida em que o segmento de bens intermediários é especialmente sensível ao tarifaço dos Estados Unidos", acrescenta o economista, observando, também, que em 2024 a produção industrial teve desempenho de destaque na composição da alta do PIB no ano. "A indústria deve desacelerar de forma ainda mais acentuada no trimestre seguinte outubro-dezembro de 2025."

"Ibovespa teve um dia bem volátil, com o mercado ansioso pelo comunicado do Copom, nesta quarta, 05, do qual se espera tom mais dovish suave do BC, uma vez que o comitê foi bem agressivo nos comunicados das manutenções de juros anteriores, mostrando uma postura mais rígida em relação a corte de juros", diz Leonardo Santana, especialista em investimentos e sócio da casa de análise Top Gain. "A Bolsa está em 150 mil pontos com a taxa de juros a 15%. Quando os juros caírem aqui, é possível, sim, mais alta no Ibovespa."

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