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Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial e nega buscar protagonismo ambiental

Em entrevista em Belém, presidente afirma que decisão sobre exploração de petróleo será pautada por responsabilidade e recomendações técnicas, e critica cobranças por abandono imediato dos combustíveis fósseis.

04/11/2025
Lula defende exploração de petróleo na Margem Equatorial e nega buscar protagonismo ambiental
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou seu apoio à exploração de petróleo na Margem Equatorial e rejeitou a ideia de se posicionar como 'líder ambiental'. “Não quero ser líder ambiental, nunca reivindiquei isso”, declarou Lula durante entrevista a agências internacionais em Belém (PA), cidade-sede da COP30 neste mês.

Lula explicou que a autorização concedida pelo Ibama permite a realização de testes na Bacia da Foz do Amazonas, mas destacou que uma nova licença será necessária caso seja encontrado petróleo. “Temos autorização para fazer teste; se encontrar petróleo, vai ter que ter nova licença”, afirmou. “Quero fazer o que os especialistas do meu governo e minha consciência dizem que tenho que fazer”, completou o presidente.

O chefe do Executivo criticou a hipótese de adiar qualquer anúncio sobre o tema por conta da COP30, classificando tal postura como desonesta. “Se eu fosse um líder falso e mentiroso, eu esperaria passar a COP para anunciar. Mas se eu fizesse isso, estaria sendo pequeno diante da importância do que significa fazer o teste na Margem Equatorial. Se tiver que explorar, vamos fazer da forma mais cuidadosa que alguém pode fazer”, ressaltou.

Lula também considerou “incoerente” e irresponsável afirmar que o país pode abrir mão do petróleo de imediato. “Tem gente que acha que não devemos explorar petróleo em lugar nenhum, isso sim é incoerente, sem apresentar alternativa”, destacou.

Por fim, o presidente lembrou que, embora o mundo caminhe para a transição energética, ainda não é possível prescindir dos combustíveis fósseis. “Todo mundo sabe que um dia o petróleo vai acabar. Ninguém no mundo consegue sobreviver sem esse combustível fóssil. Poderemos ser o primeiro país do mundo a abrir mão disso, mas, como chefe de Estado, temos que ter responsabilidade”, concluiu.