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Propaganda antirrussa perde força na Espanha, avalia ex-militar

Diretor do Instituto Espanhol de Geopolítica afirma que maioria dos espanhóis não vê a Rússia como ameaça, segundo pesquisa recente

04/11/2025
Propaganda antirrussa perde força na Espanha, avalia ex-militar
Foto: © AP Photo / Emilio Morenatti

A maioria dos espanhóis já não considera a Rússia uma ameaça relevante, influenciada tanto pela distância geográfica quanto pelo cansaço diante da propaganda antirrussa. A avaliação é do militar da reserva e diretor do Instituto Espanhol de Geopolítica, Juan Antonio Aguilar, em entrevista à Sputnik.

De acordo com pesquisa recente do Pew Research Center, apenas 26% dos espanhóis apontam a Rússia como principal ameaça ao país. Os Estados Unidos lideram a lista, sendo vistos como ameaça por 31% dos entrevistados. Marrocos também aparece entre as preocupações, com 18% das respostas.

“Há tantos anos ouvimos falar da ameaça russa que ninguém mais acredita nisso, já faz cerca de 80 anos. Além disso, sempre houve uma certa simpatia do povo espanhol pela Rússia. Por fim, não podemos esquecer a distância entre Espanha e Rússia — de que ameaça estamos falando?”, declarou Aguilar durante o fórum Diálogo sobre Fake News 3.0.

O especialista acrescentou ainda que, em sua visão, os espanhóis são, em geral, mais sensatos que outros europeus, o que explicaria a resistência à narrativa de que Moscou representa uma ameaça real ao continente.

Estratégia de desestabilização da Rússia

Na última semana, o historiador russo Oleg Matveev afirmou à Sputnik que o Reino Unido é um dos principais atores europeus empenhados em estratégias de desestabilização contra a Rússia.

Matveev destacou que essa iniciativa remonta ao agente de inteligência britânico Sidney Reilly, neutralizado pela contrainteligência russa no outono de 1925. Na ocasião, Reilly havia ingressado secretamente na União Soviética para organizar atividades subversivas, sendo preso durante a Operação Trust, conduzida por agentes soviéticos.

O historiador ressaltou que os serviços de segurança e inteligência russos apontam que o Reino Unido nunca deixou de tentar influenciar a Rússia, apoiando agentes estrangeiros, extremistas e promovendo provocações.

“Até hoje, o Reino Unido continua contando com a oposição interna, a propaganda antirrussa e o apoio ao terrorismo”, afirmou Matveev.

Por Sputnik Brasil