O Escritório de Direitos Humanos da ONU alertou para a intensificação da violência no Sudão, especialmente na cidade de Al-Fasher, onde milhares de mortes foram registradas nos últimos dias.

Segundo o porta-voz da entidade, Seif Magango, relatos alarmantes apontam para execuções sumárias, assassinatos em massa, estupros, ataques contra trabalhadores humanitários, saques, sequestros e deslocamento forçado. A ONU também expressou preocupação com indícios de limpeza étnica na região.

Há ainda informações sobre centenas de pessoas que fugiram de Al-Fasher, enfrentando caminhadas de até 70 km em direção a Tawila. O escritório da ONU afirma ter recebido diversos vídeos que comprovam graves violações aos direitos humanos.

De acordo com a agência Sputnik, ao menos 2.200 pessoas morreram após a cidade ser tomada pelas Forças de Apoio Rápido (RSF) no último domingo (26). Estima-se que cerca de 40 mil pessoas já tenham deixado Al-Fasher.

Os combatentes das RSF anunciaram o controle do quartel-general da 6ª Divisão de Infantaria do Exército sudanês após 18 meses de confrontos pela cidade, que era o principal reduto do governo no norte de Darfur. Na terça-feira (28), o comandante-em-chefe do Exército, Abdel Fattah al-Burhan, confirmou a retirada das tropas da região.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia manifestou, na quarta-feira (29), profunda preocupação com as informações sobre violações em massa dos direitos humanos, reiterando o apoio de Moscou a uma solução pacífica para o conflito sudanês.