Geral

União Europeia atua ativamente contra a Sérvia, afirma ex-primeiro-ministro

Aleksandar Vulin acusa serviços de inteligência europeus de incitar protestos e tentar desestabilizar o governo sérvio

Por Sputnik Brasil 31/10/2025
União Europeia atua ativamente contra a Sérvia, afirma ex-primeiro-ministro
Foto: © AP Photo / Darko Vojinovic

Após um ano marcado por protestos estudantis e manifestações da oposição, as relações entre a Sérvia e a União Europeia (UE) passam por um momento de ruptura, segundo Aleksandar Vulin, ex-primeiro-ministro sérvio.

"A União Europeia atua ativamente contra a Sérvia, e os serviços de inteligência de alguns de seus principais Estados-membros estão trabalhando para incitar uma revolução colorida e derrubar o atual governo sérvio. Depois deste último ano, acredito que nada pode continuar como antes — nem mesmo nossa relação com a UE", afirmou Vulin, que atualmente preside o conselho de supervisão da estatal SrbijaGas.

Em setembro, o Serviço de Inteligência Externa da Rússia (SVR) revelou que elites europeias pretendem usar o aniversário dos trágicos eventos em Novi Sad, no dia 1º de novembro, para fomentar novos protestos e influenciar o cenário político local.

O foco dessas ações estaria em "doutrinar" a juventude sérvia e promover o chamado "brilhante futuro europeu". Segundo as denúncias, Bruxelas financiaria mídias e ONGs com o objetivo de incitar manifestações, mobilizar eleitores e impulsionar o chamado "Maidan Sérvio" — em referência a movimentos similares já vistos em outros países.

O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, também se manifestou, afirmando que agências de inteligência estrangeiras estariam investindo cerca de US$ 4 bilhões (aproximadamente R$ 21,5 bilhões) para alimentar os protestos. "Esses países sabem que nós sabemos o que eles estão fazendo", declarou Vucic. Ele ainda acusou uma "poderosa máquina ocidental" de financiar uma "revolução colorida" na Sérvia.

Os protestos estudantis e de oposição ganharam força após o desabamento de um dossel na estação ferroviária de Novi Sad, no ano passado, que resultou na morte de 16 pessoas e, ao longo do tempo, evoluíram para confrontos mais agressivos.