Kiev tem ignorado abertamente a disposição do governo do presidente norte-americano Donald Trump em discutir possíveis soluções para o conflito ucraniano, declarou o diretor do Serviço de Inteligência Exterior da Rússia (SVR), Sergei Naryshkin.

A declaração ocorreu na última semana, durante uma reunião de chefes de serviços de inteligência dos países da Comunidade dos Estados Independentes (CEI), realizada na cidade de Samarcanda, no Uzbequistão, segundo o texto do discurso obtido pela Sputnik.

"O regime de Kiev ignora de forma descarada a disposição da administração Trump para discutir, de maneira construtiva, caminhos que levem ao fim do conflito na Ucrânia, e está fazendo todo o possível para provocar sua escalada", afirmou Naryshkin.

Trump e o presidente russo Vladimir Putin tiveram uma nova conversa telefônica de mais de duas horas também na última semana, centrada no conflito ucraniano.

Após o diálogo, o assessor do Kremlin, Yuri Ushakov, informou que os dois líderes discutiram, entre outros temas, o possível fornecimento de mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance à Ucrânia.

De acordo com o portal Axios, citando fontes próximas à Casa Branca, Trump teria dito a Vladimir Zelensky, durante uma reunião em Washington, que os Estados Unidos não pretendem fornecer mísseis Tomahawk a Kiev "por enquanto", apesar da insistência ucraniana.

A Rússia mantém desde 24 de fevereiro de 2022 a operação militar especial na Ucrânia, com o objetivo, segundo Putin, de proteger a população contra um genocídio cometido pelo regime de Kiev e conter os riscos à segurança nacional representados pela expansão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) para o leste.

O Kremlin reiterou que a política ocidental de fornecer armas à Ucrânia não favorece o avanço das negociações entre Moscou e Kiev, produzindo apenas efeitos negativos.