O júri popular de Leandro dos Santos Araújo, de 23 anos, começou nesta segunda-feira (20) em Maceió, e revelou novos detalhes sobre a morte de Flávia dos Santos Carneiros, assassinada em março de 2024 no bairro do Jacintinho. O caso chocou pela brutalidade e pela participação de familiares na ocultação do corpo, que foi encontrado dentro de uma geladeira.

Durante o julgamento, o fretista responsável pelo transporte do eletrodoméstico relatou a frieza do réu e de seu pai, Ademir da Silva Araújo, que também responde por participação no crime. Segundo ele, acreditava estar realizando um serviço comum, até perceber que algo estava errado.

“Rodaram muito e depois disseram que iam descartar. A geladeira era nova, quem jogaria uma geladeira nova? Disseram que tinha uma ‘macumba’. Quando chegamos ao local, ela saiu embolando. Eles voltaram conversando normalmente, como se nada tivesse ocorrido”, afirmou o motorista.

A policial civil Vanessa Queiroz, da Oplit, também prestou depoimento e contou como a equipe foi acionada para verificar a geladeira suspeita. “O eletrodoméstico estava lacrado e, ao abrirmos, encontramos algo dentro. Acionamos a Delegacia de Homicídios, que confirmou tratar-se do corpo de uma mulher”, relatou.

Segundo a agente, uma adolescente — filha da vítima e companheira do réu — acabou confessando o crime após inconsistências durante a investigação. O corpo de Flávia apresentava múltiplas perfurações no pescoço.

Leandro dos Santos permanece preso preventivamente desde março de 2024. O júri deve definir as responsabilidades pelo homicídio triplamente qualificado e pela ocultação de cadáver, crimes que chocaram a população pela premeditação e pela crueldade.