O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que está "extremamente feliz" com o fim das hostilidades entre Israel e o Hamas, mas declarou que o Brasil "tem problema" com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu.

Apesar da declaração contra o chefe de governo de Tel Aviv, o petista, que está na Itália, garantiu que não tem nenhum problema com Israel e vê com alegria a possibilidade de palestinos e israelenses viverem em paz a partir de agora.

"Antes tarde do que nunca.

Hoje é um dia muito importante para a humanidade, e acredito que tudo foi resolvido. É motivo de alegria saber que o povo palestino e o povo de Israel vão viver em paz. Volto para o Brasil extremamente feliz por causa disso", disse Lula.

O mandatário não cravou que o acordo de cessar-fogo entre as partes será algo definitivo, principalmente pela fragilidade do pacto, mas analisou que é um "começo muito promissor" para a resolução completa da guerra no Oriente Médio.

"O Brasil não tem problema com Israel, o Brasil tem problema com Netanyahu. Na hora em que Netanyahu não for mais governo, não haverá mais problema. O fato de Trump ter ido a Israel é um sinal muito importante, mas espero que aqueles que ajudaram Israel em sua posição de virulência agora ajudem os palestinos em sua posição definitiva", afirmou.

Lula também declarou que os recentes desdobramentos do conflito entre Israel e o Hamas poderão refletir no futuro da guerra na Ucrânia, pois o mundo mostrou ser capaz de resolver as hostilidades entre israelenses e palestinos na Faixa de Gaza.

"Se o mundo foi capaz de resolver a questão de Israel, acho que está na hora de começar a pensar em resolver o problema da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. Essa guerra já cansou todo mundo. Nem Putin conseguiu tomar Kiev com a pressa que imaginava, nem Zelensky conseguiu derrotar os russos", finalizou.