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Em meio a impasse regulatório, Oxitec inaugura maior biofábrica de mosquitos do mundo em SP

A Oxitec, empresa britânica de controle biológico de pragas, inaugurou em Campinas (SP) a maior biofábrica do mundo dedicada à produção de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, bactéria que impede a transmissão de arboviroses como dengue, zika e chikungunya.
A tecnologia é considerada promissora por organismos internacionais, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS), e já é aplicada em países da América Latina e da Ásia, como Panamá, Guatemala, República Dominicana, Vietnã e Filipinas. Ainda assim, no Brasil, há impasses regulatórios em jogo.
Segundo Natália Ferreira, diretora-presidente da Oxitec no Brasil, "a biofábrica é um marco no escalonamento da produção de mosquitos com Wolbachia, essa nova tecnologia muito promissora para ajudar no combate à dengue no mundo todo".
Ela ressaltou que a fábrica segue "padrões de qualidade internacionais, para que possamos atender não só aqui no Brasil, mas em outros países do mundo, incorporando aprendizados com produtos anteriores, principalmente em logística".
Luciana Medeiros, diretora de pós-venda e bióloga, destacou à Sputnik Brasil a relevância da fábrica para a empregos na região e para a saúde pública.
"Uma vez que consigamos todas as aprovações da fábrica, esperamos atender uma população grande, estimada em 100 milhões de pessoas no Brasil, com meta ambiciosa de até 1 bilhão de pessoas beneficiadas até 2040".
Segundo Ferreira, "a expectativa, uma vez provado em relação ao Ministério da Saúde, é colocar a fábrica para funcionar".
Impasse regulatório
Apesar do avanço tecnológico, a Oxitec enfrenta barreiras regulatórias no Brasil. Embora a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e outras empresas tenham obtido autorizações excepcionais para projetos-piloto, a Oxitec submeteu seu dossiê à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2025 e ainda aguarda decisão.
A aprovação é feita através da análise de um dossiê científico da matéria e o voto de todos os diretores da Anvisa. Segundo Ferreira, ainda há a necessidade de chancela internacional para inclusão definitiva". O impasse, entretanto, contrasta com a adoção mais ágil da tecnologia em outros países.
"Hoje, a Anvisa não tem uma legislação específica para esse tipo de produto, mas concedeu autorização excepcional à Fiocruz devido à importância da tecnologia", afirmou Ferreira.
Hoje, a Oxitec já oferece produtos diretamente ao Ministério da Saúde, como o "Aedes do Bem". Em relação a Wolbachia, a pasta definiria os municípios contemplados. Mais de 100 cidades já manifestaram interesse na tecnologia, que pode produzir até 100 mil larvas por gaiola.
sa
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