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Galeria Janete Costa recebe exposição individual de Samira Pavesi

Rachel Motta 22/09/2025
Galeria Janete Costa recebe exposição individual de Samira Pavesi

“O que ecoa por entre vazios” foi desenhada especialmente para o público pernambucano com 40 obras inéditas entre pinturas, esculturas, fotografias e assemblagens; Abertura acontece no dia 2 de outubro e visitação é gratuita até 30 de outubro, no Parque Dona Lindu

A artista visual capixaba Samira Pavesi, que morou no Recife durante muitos anos, preparou um projeto especial para o público pernambucano com a sua primeira exposição individual na cidade com 40 obras inéditas selecionadas com curadoria de Steve Coimbra. Intitulada “O que ecoa por entre vazios”, a vernissage acontece no dia 2 de outubro, a partir das 18h. A visitação é gratuita e segue de 3 a 30 de outubro, de quarta a domingo, das 11h às 20h, na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu.

O projeto da exposição individual de Samira Pavesi foi desenhado desde abril deste ano a partir de um acompanhamento crítico e curatorial de mais de quatro anos pelo pernambucano Steve Coimbra, curador da exposição. “Eu já havia participado de uma mostra coletiva na Christal Galeria, no Recife, há dois anos, mas pela minha ligação afetiva com a cidade, sentia que precisava voltar para apresentar meu trabalho de uma forma mais ampla. O Recife é uma cidade que respira arte e possui um público que valoriza essa efervescência. Então, estou muito feliz de voltar e em uma galeria tão especial como a Janete Costa, além disso a arquitetura do espaço dialoga muito com os trabalhos que irei apresentar”, afirma.

Samira Pavesi iniciou a trajetória artística de forma despretensiosa e foi buscando se aperfeiçoar. Participou de três residências artísticas internacionais, incluindo o programa Joya AiR: Arte + Ecologia em Velez Blanco, Espanha, NOWHERE, em Lisboa e o PADA Studios, em Barreiro, Portugal. Sua formação inclui ainda experiências na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, entre outras plataformas.

Algumas de suas obras já integram quatro acervos públicos, como o da Justiça Federal do Espírito Santo; o Museu Regional do Norte de Minas, na cidade de Montes Claros; além de duas premiações contempladas por editais públicos em salões de arte realizados pela Fundação de Cultura de Ilhabela (SP) e pela Fundação de Cultura de Campo Mourão (PR).

A exposição no Recife contempla suas experimentações em diferentes suportes e diversidade de linguagens que convidam o público a atravessar o olhar por esculturas, pinturas, desenhos, fotografias, instalações e assemblagem, técnica que permite a união de objetos tridimensionais variados em seu estado original, a exemplo de papel, tecido e metais. “Utilizo cerâmica, pintura, desenhos e de forma mais recente foto performance, utilizando também o corpo como expressão, e também trabalhos com metais, como o aço, que as pessoas tendem a esperar algo mais rígido e gosto de trazer movimento e leveza”, acrescenta.

Para o curador Steve Coimbra, “é um percurso que propõe uma reflexão sobre os limites e sobre como habitamos o espaço, o corpo e a cidade. Suas obras nos fazem experimentar o que vibra e reverbera nas frestas, nos vazios”, observa.

Samira questiona ainda conceitos como a liberdade e o feminino no mundo contemporâneo em metáforas artísticas a partir de gradis e telas de contenção, que convidam o público a voltar o olhar sobre corpo, limite e desejo. “Os elementos que uso me levam para um lugar mais subjetivo e isso passa por um questionamento sobre a liberdade, porque, muitas vezes, a gente se coloca em lugares e em posições emocionais e físicas que, na verdade, estão nos limitando e nos prendendo muito mais do que nos libertando e posicionando. Acabamos absorvendo papéis e funções que foram estabelecidas ao longo dos anos, que a gente tenta se desvencilhar, mas que estão ainda muito presentes e internalizadas”, reflete.

Daniela Avellar, responsável pelo texto da exposição, também reflete sobre as experimentações intensas e férteis de Samira Pavesi. “Como habitar um corpo? Quais são os limites do meu corpo em meio aos espaços da cidade? Como criar uma auto-percepção diante das imposições e restrições de movimento? Como encontrar uma tonalidade singular diante das coreografias pré-estabelecidas?”, questiona. E segue “Entre cheios e vazios, segredos e revelações sutis, o trabalho da artista nos convida a habitar o vazio como promessa. Uma fenda se mantém aberta ao desejo, como se, a partir de nossos corpos, estivéssemos à espreita de uma metamorfose – a experiência sensível de estar viva”, analisa.

O projeto marca ainda o retorno da Galeria Janete Costa após um período de manutenção estrutural. “É muito bom para a cidade ter a Galeria Janete Costa reabrindo suas portas para temporada de exposições, reativar um equipamento cultural é sempre significativo e importante. Reiniciar esse momento de exposições recebendo Samira Pavesi é um prazer, pois abrimos as portas propagando a potência da inquietude de novos artistas”, afirma Pedro de Renor, responsável pela Direção Criativa da Viva do Brasil.

Samira Pavesi participa ainda neste mês de outubro, de 1 a 31, da sétima edição da Bienal Internacional do Sertão, considerado um dos mais importantes encontros de arte contemporânea realizados fora do eixo Rio-São Paulo, na cidade de Diamantina (MG), tendo sido uma das artistas selecionadas para representar o Espírito Santo.

Serviço

Exposição: O que ecoa por entre vazios – Samira Pavesi

Curadoria: Steve Coimbra

Texto: Daniela Avellar

Local: Galeria Janete Costa – Parque Dona Lindu, Recife–PE

Abertura: 2 de outubro de 2025, às 18h

Visitação: 3 a 30 de outubro de 2025

Dias e horários: De quarta a domingo, das 11h às 20h

Entrada gratuita