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Alagoano Alan Cavalcante é acusado de liderar quadrilha de mineração ilegal com esquema bilionário em Minas Gerais
Ex-mulher o descreveu como “psicopata” e detalhou à PF corrupção de autoridades, ocultação de fortunas e ameaças a envolvidos

A Polícia Federal (PF) aponta o empresário alagoano Alan Cavalcante do Nascimento como líder de uma organização criminosa responsável por um esquema bilionário de mineração ilegal em Minas Gerais. Segundo as investigações, o grupo teria desviado recursos, corrompido servidores públicos e obtido licenças fraudulentas para explorar minério de ferro em larga escala, inclusive em áreas protegidas.
Em depoimento, a ex-mulher de Alan o descreveu como “psicopata” e revelou à PF que ele manipulava familiares, mantinha relações de proximidade com secretários de Meio Ambiente e adquiria imóveis próximos a juízes que julgavam casos em que estava envolvido. “Ele já tinha comentado que tinha que morar no mesmo prédio da juíza”, relatou.
Ainda de acordo com a denunciante, parte da fortuna ilícita era escondida em malas espalhadas em apartamentos, inclusive em Alagoas. Um dos valores mencionados foi de US$ 10 milhões. Conversas obtidas em aplicativos de mensagem indicam que Alan recebia informações antecipadas sobre operações policiais e ordenava a destruição de provas.
O esquema teria movimentado cifras impressionantes. A Justiça Federal bloqueou R$ 1,5 bilhão em bens ligados ao grupo, mas a PF estima que projetos ainda em andamento possuam potencial econômico superior a R$ 18 bilhões, com graves impactos ambientais e riscos sociais.
Além de Alan, também foram presos João Alberto, ex-deputado estadual mineiro, e Helder, outro apontado como chefe da quadrilha. Os três foram transferidos para o presídio federal de Campo Grande (MS), em uma decisão inédita para réus ligados a crimes ambientais.
Vida de luxo
Apesar da origem modesta em Arapiraca, onde chegou a atuar como professor de matemática e empresário de telecomunicações, Alan construiu uma vida de ostentação. Em Marechal Deodoro, na região metropolitana de Maceió, mantém uma mansão de três andares, palco de festas luxuosas, como a de Réveillon de 2023, que reuniu 500 convidados e contou com show do cantor Raí Saia Rodada, ao custo de R$ 400 mil.
O empresário também chamou atenção ao arrematar, em um leilão promovido pelo jogador Neymar Jr., um blazer e um cordão de diamantes por R$ 1,2 milhão. Antes de 2010, ele não tinha ligação com o setor de mineração, dedicando-se a corridas de motocross e negócios locais.
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