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À espera de transplante de coração, mulher compartilha vida conectada à rede elétrica

Sofia Hart usa um dispositivo de assistência ventricular que a mantém viva e compartilha sua rotina 'sem pulso' no TikTok

Agência O Globo - GLOBO 25/10/2023
À espera de transplante de coração, mulher compartilha vida conectada à rede elétrica

A americana Sofia Hart, de 30 anos, sentia-se constantemente cansada, mas não tinha ideia de que tinha um problema cardíaco raro. À espera de um transplante, ela vive conectada à rede elétrica quando está em casa, e quando precisa sair, “funciona” à base de bateria.

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A doença que Sofia descobriu ter é chamada de cardiomiopatia dilatada irreversível (CMD), que acontece quando um dos lados do coração é mais fraco — o que pode causar insuficiência cardíaca. Para manter o sangue bombeando pelo corpo, ela usa um dispositivo de assistência ventricular esquerda (LVAD), que requer energia elétrica ou duas baterias muito pesadas. Ficar sem energia pode matá-la.

No TikTok, ela compartilha a rotina vivendo à base de energia elétrica. “Estou sem bateria, literalmente, e não tenho pulso”, disse em uma de suas publicações. Na rede, ela explica sua condição e conta detalhes do aparelho que a mantém viva.

“Estou em um dispositivo. Acho que você pode chamá-lo de dispositivo de suporte de vida, que bombeia para o lado esquerdo do meu coração. Fiz uma cirurgia cardíaca aberta no final de novembro para implantar o dispositivo que está dentro de mim e que basicamente abraça meu coração. Está em um fluxo contínuo”, conta a americana.

Apesar de sua irmã gêmea, Olivia, ter nascido com a mesma condição, Sofia só descobriu que tinha CMD em 2022, quando começou a notar um cansaço.

"Eu não estava com o cérebro cansado, mas meu corpo estava muito cansado e eu estava sem fôlego até mesmo de dirigir”, disse ela à revista “People”.

No começo, ela suspeitou da doença de Lyme, pois poderia facilmente ter sido mordida enquanto estava ao ar livre com os animais. A bactéria é transmitida por carrapatos infectados e Sofia trabalha em uma fazenda de cavalos. No entanto, após exames em uma clínica ambulatorial e de uma conversa com Olivia, ela descobriu a verdadeira causa de seus sintomas.

Até receber um transplante, a mulher precisa ficar conectada a uma tomada para carregar o seu LVAD, apelidado de “Janis”. O nome é em homenagem à sua cantora favorita, Janis Joplin.

A cardiomiopatia dilatada é uma doença progressiva, geralmente irreversível, que afeta os ventrículos e as câmaras inferiores e superiores do coração, de acordo com a American Heart Association. Como destaca o jornal “Sun”, a condição geralmente começa no ventrículo esquerdo – a principal câmara de bombeamento do coração – e os músculos começam a se esticar e a ficar mais finos. O problema pode então se espalhar, o que significa que os músculos não se contraem normalmente e o sangue não consegue fluir como deveria. Assim, à medida que o coração fica mais fraco, pode ocorrer insuficiência cardíaca. Os sintomas mais comuns incluem falta de ar e fadiga. É mais comum em adultos com menos de 50 anos e é a principal causa de transplante cardíaco.