Finanças
Petroleiros entram em greve, mas produção segue sem impactos, diz Petrobras
Paralisação parcial é difícil de mensurar, pois funções administrativas estão em home office nesta semana
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) iniciou, nesta segunda-feira, uma greve nacional após impasses nas negociações com a Petrobras sobre o acordo coletivo da categoria, incluindo reajuste salarial. A paralisação começou à meia-noite e segue por tempo indeterminado. Dois funcionários da companhia foram detidos em um ato realizado em frente à Reduc, refinaria de Duque de Caxias (RJ), mas já foram liberados.
Segundo a FUP, as 14 unidades ligadas à federação aprovaram a paralisação. A categoria reivindica aumento real dos salários (acima da inflação) e critica a última proposta da Petrobras, que ofereceu apenas 0,5% de reajuste real. As principais demandas dos trabalhadores são:
- Distribuição justa da riqueza gerada pela Petrobras;
- Fim dos Planos de Equacionamento de Déficit da Petros;
- Reconhecimento da Pauta pelo Brasil Soberano, incluindo a suspensão de retiradas de trabalhadores das unidades sob justificativa de descomissionamento (desativação de plataformas), fim das demissões no E&P e retomada de condições dignas de trabalho.
Os detidos em Caxias foram identificados como Marcello Bernardo, secretário-geral do Sindipetro-NF, e Fernando Ramos, membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio. Ambos foram algemados e levados à delegacia, mas liberados posteriormente.
Em nota, o Sindipetro repudiou a ação: "Repudiamos veementemente essa ação truculenta e exigimos a imediata responsabilização dos envolvidos por essa violação aos direitos civis e à liberdade de expressão". O sindicato reforçou que greve é um direito constitucional e que tentativas de repressão serão enfrentadas com união dos trabalhadores.
A Petrobras informou que "tomou conhecimento" das detenções, ocorridas por impasse na liberação da passagem durante manifestação nas imediações da Reduc, e que ambos já foram liberados. A Polícia Militar afirmou que as prisões ocorreram após relatos de manifestantes intimidando pessoas que tentavam acessar a refinaria. A Polícia Civil ainda não se manifestou.
Produção segue normal, diz Petrobras
Segundo a FUP, às 7h, trabalhadores de refinarias vinculadas à federação não realizaram a troca de turno, impedindo o revezamento regular e exigindo o acionamento de protocolos de contingência. Foram afetadas as refinarias Regap (Betim/MG), Reduc (Duque de Caxias/RJ), Replan (Paulínia/SP), Recap (Mauá/SP), Revap (São José dos Campos/SP) e Repar (Araucária/PR), reforçando o caráter nacional da greve.
— Temos relatos de adesão nas plataformas do Norte Fluminense, do Rio, de São Paulo e do Espírito Santo, além de paralisações em refinarias, terminais de processamento de gás e bases administrativas que iniciaram o movimento desde a madrugada ou ao longo desta manhã — afirmou Sérgio Borges, diretor do Sindipetro-NF e da FUP.
Em nota, a Petrobras afirmou que não há impacto na produção de petróleo e derivados. "A empresa adotou medidas de contingência para assegurar a continuidade das operações e reforça que o abastecimento ao mercado está garantido", comunicou.
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