Finanças
Correios recorrem ao Judiciário e pedem mediação do TST em negociação com trabalhadores
Empresa busca evitar aumento de custos com pessoal em meio à pior crise financeira da história
A direção dos Correios acionou o Tribunal Superior do Trabalho (TST) para que a corte atue como mediadora na negociação com os trabalhadores, que reivindicam reajuste salarial. O acordo coletivo de trabalho (ACT) vence no dia 15 de dezembro, e a estatal enfrenta uma grave crise financeira, o que levou ao corte de diversos benefícios dos empregados, como o adicional de férias de 70% sobre os salários.
Representantes dos trabalhadores já foram informados da decisão e marcaram assembleias para o dia seguinte ao vencimento do ACT, com o objetivo de deliberar sobre uma eventual paralisação da categoria.
A iniciativa de recorrer ao TST visa evitar que o impasse evolua para dissídio coletivo e greve, o que agravaria ainda mais a situação da empresa. Uma reunião mediada pelo tribunal está agendada para esta quinta-feira.
Segundo interlocutores envolvidos nas negociações, qualquer reajuste salarial neste momento é considerado incompatível com o plano de reestruturação dos Correios. A proposta apresentada pela empresa é de reajuste zero.
Por sua vez, as entidades sindicais defendem não apenas a renovação do acordo coletivo firmado com a gestão anterior, mas também a reposição da inflação nos salários e benefícios como cesta básica, vale-refeição e o adicional de férias.
Negociações financeiras e resistência do governo
A direção dos Correios também abriu uma nova rodada de negociações com bancos, diante da resistência do Ministério da Fazenda em realizar um aporte emergencial na estatal.
A expectativa é concluir a operação até o início da próxima semana, atendendo às exigências do Tesouro Nacional e com o apoio dos bancos públicos. Em rodada anterior, um pool formado por Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil, Banco do Brasil e Safra propôs juros de 136% do CDI para um empréstimo de R$ 20 bilhões, oferta recusada pelo Tesouro por exceder o padrão de 120% do CDI para operações com aval da União.
Segundo um executivo envolvido nas discussões, o valor do empréstimo deve ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões — abaixo dos R$ 20 bilhões inicialmente solicitados pela empresa.
Um dos principais entraves para a liberação do crédito é a dúvida quanto à capacidade dos Correios de executar o plano de reestruturação, que prevê corte de gastos com pessoal e medidas para retomada da lucratividade. O plano inclui a demissão voluntária de 15 mil funcionários entre 2026 e 2027, fechamento de mil unidades e parcerias com o setor privado para ampliar serviços e receitas.
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