Finanças
Copom mantém Selic em 15% ao ano pela quarta vez consecutiva
Apesar das críticas do governo Lula, Banco Central sustenta juros no maior patamar em quase duas décadas
Pela quarta reunião seguida, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15% ao ano, o maior patamar desde julho de 2006. A decisão ocorre em meio a críticas crescentes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva à política de juros.
A manutenção dos juros básicos já era amplamente esperada pelo mercado financeiro. Levantamento do Valor Pro apontou que, das 112 instituições consultadas, 110 previam estabilidade da taxa nesta quarta-feira, enquanto apenas duas esperavam um corte de 0,25 ponto percentual, para 14,75% ao ano.
No encontro anterior, realizado em novembro, o Banco Central havia destacado que a estratégia de manter a Selic em nível elevado por um "período bastante prolongado" seria suficiente para garantir a convergência da inflação à meta. Ainda assim, a autoridade monetária reforçou que poderia retomar o ciclo de alta caso considerasse necessário.
Além da postura comunicacional mais rígida, pesaram para a decisão de hoje as expectativas de inflação ainda elevadas e a resiliência do mercado de trabalho. A taxa de desemprego segue em queda, alcançando 5,4% no trimestre encerrado em outubro, a menor marca histórica.
Quanto às expectativas inflacionárias, houve recuos desde novembro, mas ainda distantes da meta de 3,0%. Para 2025, a projeção caiu de 4,55% para 4,40%, abaixo do limite de tolerância de 4,50%. Para 2026, a estimativa passou de 4,20% para 4,16%. Já para prazos mais longos, as expectativas permanecem estáveis: 3,80% para 2027 e 3,50% para 2028, o que ainda preocupa o BC.
Outro fator de atenção foi a valorização do dólar nos últimos dias, intensificada após o anúncio da pré-candidatura de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) à Presidência da República.
Por outro lado, o Banco Central começa a observar efeitos mais claros da política de juros sobre a inflação e a atividade econômica. O IPCA de novembro, índice oficial de inflação, ficou em 4,46%, dentro do intervalo da meta (1,5% a 4,5%), algo que não ocorria desde setembro de 2024.
O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre registrou alta marginal de 0,1%, reforçando a confiança do mercado no processo de desaceleração econômica, considerado essencial para a convergência da inflação à meta. O cenário externo também é visto de forma mais positiva, especialmente após o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, reduzir suas taxas de juros.
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