Finanças

'Não precisamos colocar o etanol na mesa de negociação', diz Tarcísio, ao se referir ao tarifaço de Trump

Governador de São Paulo afirma que combustível é 'reserva estratégica' e deve ser protegido

Agência O Globo - 20/10/2025
'Não precisamos colocar o etanol na mesa de negociação', diz Tarcísio, ao se referir ao tarifaço de Trump

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse nesta segunda-feira (20) que o Brasil deve proteger seu etanol e que o combustível não deve ser incluído em negociações. Sem citar os Estados Unidos, mas se referindo ao tarifaço de Donald Trump, o governador afirmou que não precisamos ceder reservas estratégicas.

– Nós temos aqui o etanol, nós temos aqui o biogás, nós temos aqui o biometano, nós vamos produzir aqui o combustível sustentável de aviação. Sobre o etanol, nós vamos fornecer o etanol que vai mover as embarcações. Isso significa que é uma demanda extraordinária e nós não precisamos fazer cessões daquilo que é reserva estratégica do Brasil. Nós não temos que colocar isso na mesa de negociação. Pelo contrário, nós temos que proteger essa reserva estratégica. Nós temos que prestigiar aqueles que estão fazendo a diferença, que apostaram em tecnologia, que dão duro, que têm calos nas mãos – disse o governador.

A declaração de Tarcísio durante a 25ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em um hotel da Zona Sul da capital, ocorre depois de uma nota publicada pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) na última sexta-feira (17).

No texto, a entidade negou a existência de qualquer negociação com o governo federal para redução da tarifa de importação de 18% aplicada ao etanol norte-americano.

"As entidades e suas associadas mantêm posição unificada em defesa da previsibilidade regulatória, da reciprocidade comercial e do respeito às regras internacionais de comércio, pilares que asseguram a competitividade da bioenergia brasileira e o interesse nacional. A Unica e a Bioenergia Brasil reafirmam sua confiança na condução responsável e equilibrada do Governo Federal nas discussões comerciais com os Estados Unidos e reforçam que qualquer debate sobre política tarifária deve preservar a segurança energética, a estabilidade das regras e a credibilidade do Brasil como líder na transição energética de baixo carbono. O etanol brasileiro é um ativo estratégico de soberania nacional — e não pode ser tratado como moeda de troca em negociações comerciais", diz a nota da Unica.