Finanças
Brasil vai se reunir com os EUA para discutir minerais críticos, diz ministro de Minas e Energia
Ministro de Minas e Energia foi convocado para dar explicações na Câmara sobre denúncias envolvendo petróleo venezuelano, urânio e Itaipu

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta quarta-feira que o governo brasileiro foi convidado pelos Estados Unidos para uma reunião sobre minerais críticos, em meio à reaproximação diplomática entre os dois países, após a ligação entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump, na semana passada. Segundo ele, o encontro marcará o início de uma nova fase de cooperação na área energética.
— Depois desse restabelecimento de diálogo com Trump, estou convidado pela primeira vez para discutir com o secretário de Minas e Energia dos Estados Unidos. Fui convidado para uma reunião sobre minerais críticos. Tenho certeza de que essa relação se dará de forma altiva e respeitando os interesses do povo brasileiro — afirmou o ministro, durante audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) da Câmara.
O presidente Lula deve participar, nos próximos dias, da cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Minerais Estratégicos, no Ministério de Minas e Energia. O colegiado vai coordenar políticas para o aproveitamento dos insumos de alto valor tecnológico. Segundo o ministro, o governo quer “garantir soberania sobre as riquezas minerais”.
Os chamados minerais críticos — como lítio, nióbio, cobre e terras raras — são insumos essenciais para a transição energética global e para a produção de baterias, semicondutores e painéis solares. O tema tem se tornado um dos eixos centrais da disputa geopolítica entre Estados Unidos e China, e o Brasil é visto como um dos poucos países com potencial para ampliar a oferta desses recursos de forma sustentável.
Nos últimos anos, o governo americano tem buscado firmar parcerias bilaterais para reduzir a dependência de cadeias produtivas de Pequim. O Brasil, por sua vez, tenta equilibrar a aproximação com Washington e os acordos de cooperação técnica já firmados com países como China e Índia, que também disputam o acesso às jazidas brasileiras de lítio e nióbio.
Silveira defendeu que a parceria com os Estados Unidos deve priorizar a soberania nacional e o aproveitamento estratégico das reservas brasileiras. — O Brasil tem papel fundamental nesse tabuleiro global e não abrirá mão de agregar valor à sua produção — disse.
O ministro também comentou o apagão que atingiu sete estados na madrugada de terça-feira. Ele negou que o episódio represente falha estrutural e disse que o sistema respondeu de forma “matemática”.
— Nós não tivemos apagão em nosso governo. É um equívoco chamar de apagão um episódio em que não houve interrupção total de energia. Tivemos duas interrupções parciais, e o sistema funcionou muito bem. Ele funcionou tão bem que impediu que hospitais fossem atingidos — afirmou.
Segundo Silveira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico foi acionado de imediato e o fornecimento restabelecido em cerca de uma hora e meia.
O comparecimento do ministro à comissão foi solicitado por parlamentares da oposição, que o convocaram para prestar esclarecimentos sobre denúncias envolvendo o uso do território brasileiro em um suposto esquema internacional de fraude nas exportações de petróleo da Venezuela, o desaparecimento de urânio em instalações nacionais e os chamados “gastos socioambientais” da Itaipu Binacional após a quitação de sua dívida histórica.
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