Finanças
China retalia EUA com sanções a grupo naval e amplia disputa marítima
Secretário do Tesouro dos EUA diz que Pequim tem uma economia fraca e querem "arrastar o mundo junto"

A China impôs sanções a unidades americanas de uma empresa sul-coreana do setor de construção naval e ameaçou adotar novas medidas retaliatórias contra o segmento, às vésperas das negociações comerciais entre os dois países.
As restrições, que atingem cinco subsidiárias da Hanwha Ocean nos Estados Unidos, contribuíram para a queda das bolsas globais nesta terça-feira, à medida que investidores reduziram as expectativas quanto a uma distensão entre as duas maiores economias do mundo. As ações da Hanwha Ocean recuaram 6,2%, enquanto os papéis de construtoras navais chinesas avançaram.
A medida é o mais recente capítulo da escalada de tensões entre Pequim e Washington. Na semana passada, a China anunciou controle sobre exportações de terras-raras e minerais críticos, ferindo diretamente os interesses americanos.
Em entrevista ao Financial Times publicada nesta terça-feira, o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, acusou Pequim de tentar prejudicar a economia global com essa decisão.
Bessent afirmou que a adoção dessas restrições, três semanas antes do encontro entre os líderes dos dois países na Coreia do Sul, reflete problemas internos da economia chinesa e representa um sinal “de quão fraca está a economia deles, e de que querem arrastar todo mundo junto”.
Segundo o secretário, a China “está no meio de uma recessão ou depressão e tenta sair dela por meio das exportações”, mas, ao fazer isso, “acaba agravando sua imagem no cenário internacional”.
Quanto às medidas na área marítima, Pequim intensificou uma disputa antiga com os Estados Unidos. Ambos os países já haviam imposto taxas portuárias especiais sobre embarcações um do outro, enquanto Washington buscava mobilizar aliados, especialmente a Coreia do Sul, para ajudar a reviver a combalida indústria naval americana.
A disputa tem implicações amplas para a economia global, já que os navios respondem por mais de 80% do comércio internacional.
— Trata-se de uma ampliação do conflito comercial em andamento — afirmou Deborah Elms, chefe de política comercial da Hinrich Foundation, organização filantrópica com sede em Cingapura. — Não se trata mais apenas de tarifas e controles de exportação, mas de quais empresas podem operar em quais mercados. Se isso continuar, muito mais atividades econômicas estarão em risco.
O setor naval é apenas um dos pontos de atrito na relação entre China e Estados Unidos que têm deixado investidores globais em alerta nos últimos dias. Além do endurecimento de Pequim no controle de exportação de terras-raras, os EUA ampliaram as restrições ao acesso chinês a semicondutores e ameaçaram impor tarifas adicionais de 100%.
Mesmo com as autoridades de ambos os governos reforçando que o diálogo continua, ainda não está claro se será possível chegar a uma trégua antes da cúpula entre Donald Trump e Xi Jinping. Um risco para Xi é que as novas medidas chinesas — sobre terras-raras e transporte marítimo — possam levar países como a Coreia do Sul a se alinhar com os EUA para aumentar a pressão sobre Pequim. (com Bloomberg)
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