O Corinthians solicitou à Justiça a prorrogação por mais 180 dias da suspensão das ações e execuções judiciais contra o clube, no âmbito do Regime Centralizado de Execuções (RCE). O prazo inicial, concedido anteriormente, permitia que a diretoria apresentasse e implementasse um plano de pagamento de R$ 190 milhões em dívidas.

Em petição encaminhada à 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo, o clube argumenta que a legislação do RCE prevê uma única prorrogação, desde que o atraso não seja imputado ao devedor. Representado pelos advogados Elias Mubarak e Julio Mandel, o Corinthians afirma que tem se empenhado em negociar com os credores, mas ressalta que a complexidade do processo e o envolvimento de diversas partes têm atrasado a conclusão do acordo. O clube reforça que não houve negligência ou omissão de sua parte.

O prazo original se encerraria em 7 de novembro. Segundo o Corinthians, a retomada das ações individuais poderia comprometer a eficácia do RCE e provocar uma "liquidação desordenada dos ativos do clube". Para buscar uma solução, o clube sugeriu uma mediação com os quatro credores que ainda não aceitaram o plano: BC Consultoria, Pix Star, Link Sports e Walter Caetano.

Esses credores alegam que o atraso não se deve apenas à lentidão judicial, mas também ao não cumprimento de exigências por parte do Corinthians, o que justificaria a rejeição do plano. Eles também criticam a demora do Judiciário, argumentando que isso favorece o clube.

A Link Sports, empresa do agente de jogadores André Cury, defende a rejeição imediata do plano e a retomada das execuções individuais. Representada pela advogada Adriana Cury, a empresa afirma que a demora já causou prejuízos adicionais. O Corinthians deve R$ 28,8 milhões a André Cury, o maior credor do processo.

Os credores também apontam que o Corinthians poderia estar se preparando para entrar com pedido de Recuperação Judicial, em vez de seguir com o RCE, o que aumentaria a urgência da decisão. Eles pedem celeridade na análise das impugnações e o prosseguimento regular do processo.

Em julho, o Corinthians apresentou à Justiça um plano reformulado para a execução do RCE. Inicialmente, a Justiça homologou um plano para quitar R$ 367 milhões, mas o valor final, estabelecido pelo administrador do processo, ficou em R$ 190 milhões, praticamente metade do montante previsto pelo clube.

A redução ocorreu após uma reorganização e divisão das listas de credores no processo do RCE. A relação inclui empresários, fornecedores e jogadores com direitos de imagem a receber, entre outros.