Juan Sebastián Verón, presidente do Estudiantes-ARG, fez uma análise contundente sobre a atual situação do futebol argentino. O ex-jogador reconheceu o momento financeiro delicado vivido pelos clubes do país e apontou falhas estruturais que agravam o cenário.

Segundo Verón, as dívidas das equipes argentinas seguem em crescimento, o que contribui para a desvalorização do futebol local. "O negócio no futebol argentino chegou ao seu limite. Você pode competir com o futebol brasileiro, mas nas fases finais precisa de capital, que é o que o clube argentino não tem", afirmou em entrevista à Bloomberg Línea.

Ele ressaltou que a busca constante por recursos financeiros obriga os clubes a venderem jogadores cada vez mais cedo, o que não é suficiente para manter a competitividade em alto nível. "Você monta uma equipe e já está endividado, trabalha durante o próximo ano ou semestre para ver o que tem para vender, paga as dívidas e continua se endividando", explicou.

Verón é um dos principais defensores das Sociedades Anônimas Desportivas (SADs), modelo semelhante às SAFs adotadas no Brasil. No entanto, a Associação de Futebol Argentino (AFA) ainda não permite a existência de clubes-empresa no país.

Diante desse contexto, dirigentes e empresários do futebol argentino buscam alternativas para atrair investimentos estrangeiros. Verón citou o exemplo do San Lorenzo, que enfrenta risco de falência, como sinal de urgência para mudanças estruturais.

"O que está acontecendo com o San Lorenzo não pode se repetir em 2025. Não se trata de adotar um modelo tão rígido quanto uma SAD, mas sim de criar um sistema específico para o futebol argentino, que permita aos clubes serem financiados por capital privado", defendeu o presidente do Estudiantes.