O presidente do Corinthians, Osmar Stábile, se manifestou nesta quarta-feira (data da coletiva) sobre a polêmica envolvendo a hospedagem de Memphis Depay em um hotel de luxo em São Paulo. Stábile negou que tenha partido do clube qualquer pedido para que o atacante deixasse o local e afirmou que a iniciativa foi do próprio jogador.

"Isso aí partiu dele. Disse que ajudaria o Corinthians a reduzir seus gastos. Partiu do Memphis ter conversado isso conosco. A imprensa está dizendo que partiu do Corinthians, mas não foi", declarou Stábile em entrevista coletiva após a derrota para o Red Bull Bragantino por 2 a 1.

Segundo ata de reunião do Conselho de Orientação (Cori), realizada em 29 de outubro no Parque São Jorge, a dívida do Corinthians com Memphis já soma R$ 23 milhões, sendo que apenas a moradia do jogador custa R$ 250 mil por mês.

"Existe um contrato e vamos cumprir do jeito que está. Agora, se o Memphis quiser trazer esse benefício para o Corinthians, aceitaremos de bom grado", completou o presidente.

Pelo acordo, o Corinthians se comprometeu a fornecer ao atacante uma casa mobiliada em condomínio fechado, padrão internacional, além de um apartamento para o assessor do jogador, também nos mesmos moldes. Enquanto a residência definitiva não estivesse disponível, Memphis teria direito a dois quartos executivos em hotel de alto padrão.

Atualmente, o holandês está hospedado na Penthouse Suíte do Rosewood São Paulo, considerada a melhor do mundo em 2024. O hotel fica próximo à Avenida Paulista, entre os bairros Consolação e Bela Vista, no centro da capital paulista.

A ata do Cori também registra que conselheiros reclamaram da falta de acesso ao contrato de Memphis. Osmar Stábile sugeriu a convocação de antigos responsáveis pelos departamentos jurídico e financeiro para esclarecer os termos do acordo. Um dos membros do conselho classificou o contrato como "fora da realidade".

Em julho, Memphis Depay chegou a se ausentar de treinamentos em protesto por atrasos salariais, que somavam cerca de R$ 6 milhões, referentes à premiação do Paulistão e a direitos de imagem.

O Corinthians enfrenta uma grave crise financeira, com dívida estimada em R$ 2,7 bilhões e dificuldades para honrar compromissos de curto prazo. O clube também está sob transfer ban da Fifa, o que impede a inscrição de novos atletas. A diretoria tem priorizado o pagamento de salários para evitar que problemas políticos e financeiros atinjam o elenco.