A atuação da árbitra Edina Alves em lances polêmicos durante a derrota do Corinthians para o Red Bull Bragantino, por 2 a 1 em Bragança Paulista, gerou forte indignação no técnico Dorival Júnior. Segundo o treinador, o time alvinegro deveria ter tido ao menos dois pênaltis marcados, considerando o critério adotado no lance que originou o primeiro gol da partida.

"Estamos sendo corriqueiros, repetitivos, porque o que está acontecendo é que a arbitragem está tirando o protagonismo dos atletas, que deveriam ser as principais estrelas do espetáculo. Não existe critério, nem entre árbitros, nem na mesma partida. O árbitro não tem critério e isso tem dificultado para muitas equipes", disparou Dorival. "Não é só o Corinthians. Passamos por muitos apertos ao longo do campeonato, perdemos ou deixamos muitos pontos pelo caminho pela falta de critério. Sem critério, não tem como avaliar nada", completou o treinador, visivelmente revoltado.

Dorival Júnior criticou não apenas Edina Alves, mas a arbitragem de forma geral. "Todas as semanas estaremos falando a respeito do que vimos aqui hoje. É impressionante o que acompanhamos", afirmou. "Vamos fazer o quê? É choro de derrotado? Na outra semana é o Bragantino quem reclama, depois o Santos, o Palmeiras... A gente não cobra nada além de critério."

A principal reclamação do técnico se refere ao pênalti marcado de Angileri em Alix Vinícius, por "enrosco" na área, e à não marcação de faltas semelhantes a favor do Corinthians. "Vou resumir em um lance: foi pênalti? E o do segundo tempo em cima do Yuri Alberto? E no último lance da partida? Qual foi o critério? Não dá mais para aceitar. Tira o foco do principal, que é o futebol. Só estamos discutindo arbitragem ao longo de todo o ano. E isso é terrível para todo mundo."

Dorival ainda protestou contra a postura da árbitra, que em um momento conversou com os jogadores durante um agarra-agarra, mas depois aplicou o segundo cartão amarelo direto em José Martínez, em um lance semelhante ao que antes apenas orientou.

Após a partida, o treinador invadiu o gramado, mas garantiu que não foi para reclamar com Edina Alves, nem para falar com representantes do adversário. "Fui lá apenas tentar retirar meus jogadores e dizer a ela que não iria cumprimentá-la por tudo o que aconteceu na partida. Posso até ter sido deselegante, mas era meu sentimento, a sensação desagradável naquele instante."

Apesar das críticas, Dorival reconheceu o esforço da equipe. "Sobre o jogo, foi muito disputado, mas infelizmente, com a falta de critério, muitos lances passaram despercebidos e isso atrapalhou o desempenho. Não tiro os méritos do Bragantino, dei os parabéns para eles, mas a gente poderia ter tido um resultado melhor."

O Corinthians volta a campo no domingo, na Neo Química Arena, diante do Ceará, com a obrigação de vencer. Dorival terá que mexer mais uma vez na equipe: além de Hugo Souza, desfalque por trauma na coxa esquerda, o técnico perdeu José Martínez e Charles, expulsos, Carrillo, suspenso pelo terceiro amarelo, e ainda viu Raniele e Garro deixarem o campo com dores musculares – o argentino precisou de atendimento ainda no banco de reservas.