O multicampeão italiano Carlo Ancelotti, técnico da seleção brasileira, viveu um momento constrangedor durante um evento de treinadores organizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em sua sede, no Rio de Janeiro.

O encontro, que tinha como objetivo homenagear os técnicos que fizeram história no futebol brasileiro, ficou tenso após comentários críticos de Emerson Leão e Oswaldo de Oliveira, que se opuseram à presença de treinadores estrangeiros no país.

"Eu não queria treinador estrangeiro, mas não tinha jeito. Se tivesse que ser, que fosse esse senhor [Ancelotti]. Depois que ele for embora, campeão do mundo, que venha um brasileiro", disse Oswaldo, que comandou o Corinthians nas conquistas do Campeonato Brasileiro de 1999 e do Mundial de Clubes de 2000.

Leão, ex-goleiro do Palmeiras e técnico da seleção em 2001, afirmou que "não gosta de treinadores estrangeiros" e classificou como uma "invasão" o número crescente de técnicos de outras nacionalidades trabalhando no futebol brasileiro.

"Nós, treinadores, somos culpados pela invasão de outros profissionais que não têm nada a ver com isso", declarou o ex-comandante, campeão nacional pelo Santos em 2002.

Ancelotti, convidado de honra do evento, ouviu os comentários dos colegas de profissão em silêncio, limitando-se a uma careta sarcástica que não conseguiu dissipar o desconforto geral.

As declarações surpreenderam a CBF e os organizadores do 2º Fórum Brasileiro de Treinadores de Futebol, que posteriormente emitiram um pedido público de desculpas, classificando as falas dos dois ex-técnicos como "inapropriadas".

O episódio teve ampla repercussão internacional. Diversos jornais italianos e argentinos descreveram o momento como uma "falta de respeito" ao técnico europeu mais vitorioso do mundo.