A dívida do Corinthians com Memphis Depay já soma cerca de R$ 23 milhões. Diante do alto custo do contrato do atacante, o presidente Osmar Stábile solicitou ao jogador que deixasse o hotel de luxo onde reside, em São Paulo, cuja despesa mensal é de aproximadamente R$ 250 mil. A informação consta na ata da reunião do Conselho de Orientação (Cori), realizada em 29 de outubro, no Parque São Jorge.

A notícia foi publicada inicialmente pelo UOL e confirmada pelo Estadão. Segundo o documento, ao qual a reportagem teve acesso, Osmar confirmou o valor da dívida e relatou aos conselheiros que se reuniu com Memphis para explicar a necessidade de buscar uma moradia com custo mensal inferior.

O contrato do atacante holandês prevê que o Corinthians forneça, durante todo o vínculo, "uma casa devidamente mobiliada em condomínio fechado, em padrão internacional", além de um apartamento nos mesmos moldes para seu assessor. O acordo também garante ao atleta o direito a dois quartos executivos em hotel de alto padrão até que a residência estivesse disponível.

Memphis Depay está hospedado na Penthouse Suíte do Rosewood São Paulo, eleita neste ano como a melhor do mundo. O hotel fica próximo à Avenida Paulista, entre os bairros Consolação e Bela Vista, no centro da capital paulista.

De acordo com a ata da reunião, conselheiros reclamaram de não terem tido acesso ao contrato do jogador. Osmar sugeriu a convocação de antigos chefes dos departamentos jurídico e financeiro para esclarecer os termos do acordo. Um dos membros do Cori classificou o contrato como "fora da realidade".

Em julho, Memphis chegou a não se apresentar para treinamentos em protesto contra valores em atraso. Na época, as pendências somavam cerca de R$ 6 milhões, referentes à premiação do Paulistão e direitos de imagem.

O Corinthians atravessa uma grave crise financeira, com dívida total estimada em R$ 2,7 bilhões e dificuldades para honrar compromissos de curto prazo. O clube também está sob punição de transfer ban da Fifa, impedido de inscrever novos atletas. A diretoria busca manter os salários em dia para proteger o ambiente do CT diante dos problemas políticos e financeiros do Parque São Jorge.