O presidente interino do CSA, Ney Ferreira, acompanhado dos integrantes da Comissão de Investigação, Ricardo Omena e Carlos Lessa, concedeu entrevista coletiva nesta segunda-feira (22), no CT Gustavo Paiva, para detalhar a grave situação financeira e administrativa do clube. Entre os pontos apresentados, estão dívidas crescentes, suspeitas de agiotagem, pagamentos irregulares e até o desaparecimento de câmeras de segurança.

Dívidas e contabilidade descontrolada

Segundo Ferreira, o passivo do CSA saltou de R$ 920 mil para R$ 1,254 milhão em apenas oito dias. “Atualmente as contas a pagar somam mais de R$ 1 milhão. A cada dia surgem novos boletos que sequer estavam contabilizados”, afirmou. O dirigente criticou a falta de controle financeiro e ressaltou a resistência de setores do clube à apuração.

Pagamentos suspeitos

O dirigente também denunciou que jogadores receberam “bichos” de até R$ 60 mil, enquanto salários e o 13º de 2024 seguem em aberto. De acordo com ele, os repasses eram feitos por meio de uma única conta de um diretor, sem comprovantes. Além disso, diretores teriam recebido comissões de patrocinadores por empresas próprias.

Sumiço de câmeras e imagens apagadas

Outro ponto revelado foi o desaparecimento de oito das 20 câmeras instaladas no CT e o apagamento de todas as gravações no dia seguinte ao jogo do rebaixamento contra o Brusque. “Mandamos a HD para um perito para ver se recupera essas gravações”, disse Ferreira.

Uso irregular de material esportivo

O contrato do clube previa o uso de cinco mil peças esportivas entre janeiro e dezembro, mas até junho já haviam sido utilizadas 6.900. “Era para ter usado 2.500 peças. Usaram quase 7 mil. Isso é muito grave”, destacou.

Estrutura precária

Durante a coletiva, também foram exibidas imagens que mostram o CT em estado de abandono: infiltrações, banheiros sem portas, torneiras arrancadas e salas desorganizadas. “Tudo uma sujeira danada, tudo quebrado. O desmantelo aqui é grande”, resumiu o presidente interino.