O personal trainer João Gabriel Lima, de 23 anos, contou, em seu perfil no X (antigo Twitter), que foi detido pela Polícia Militar por falha de reconhecimento facial, no último sábado, durante o intervalo da decisão do Campeonato Sergipano entre Confiança e Sergipe.

Segundo o relato do torcedor, cinco policiais militares vieram em sua direção, o que lhe causou um estranhamento de imediato. João Gabriel, inclusive, se afastou para que os PMs passassem perto de onde estava sentado. Porém, um deles o pegou pelo braço e exigiu que ficasse com "as mãos para trás" como forma de detenção. Neste momento, a maioria da torcida já tinha reparado no fato, o que deixou o torcedor "altamente constrangido" ao ser conduzido pelas escadas da arquibancada.

Na percepção do torcedor, os policiais demonstraram surpresa quando souberam que seu nome não batia com o do procurado. Ainda assim, decidiram revistá-lo, de forma ríspida segundo o torcedor, antes de conduzi-lo a uma sala. Depois de não encontrar nada comprometedor, os agentes pediram os dados pessoais do torcedor, sob a justificativa de que ele foi reconhecido por um sistema de reconhecimento facial, que "dificilmente erra".

A apresentação dos documentos comprovou o erro da PM no reconhecimento facial. Com isso, o rapaz foi liberado e voltou logo em seguida para a arquibancada. Segundo ele, os policiais ainda disseram que um torcedor já havia sido identificado de forma correta no mesmo dia.

— Eu não critico o uso da tecnologia, mas a forma como ela é utilizada. Ele não precisaria ser conduzido pelo meio dos torcedores até a sala. Poderiam pedir a identificação dele ainda na arquibancada, já que na sala utilizaram apenas um tablet para confirmar que não era ele. O irmão dele ficou desesperado —disse o advogado de João Gabriel Lima em entrevista ao G1 de Sergipe.

De acordo com o G1 de Sergipe, a Polícia Militar informou que a abordagem foi feita dentro do procedimento padrão e que o homem foi liberado após ser comprovada a confusão.