Esportes
Robinho compara casos de Johnny Depp e Daniel Alves à condenação por estupro na Itália: 'Não sou essa pessoa'
Atleta condenado por participar de estupro coletivo, em 2013, fala em 'inverdade'
Mais de dez anos após o caso de estupro coletivo que o levou à condenação transitada em julgado na Itália, o ex-jogador de futebol Robinho falou publicamente sobre o julgamento pela primeira vez, neste domingo, em publicação nas redes sociais e entrevista exibida na TV aberta. Nas declarações, o paulista afirma que seu caso é "totalmente diferente" do também ex-atleta Daniel Alves, condenado a 4 anos e meio de prisão por estuprar uma jovem no banheiro de uma boate espanhola em 2022.
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O pronunciamento de Robinho vem dias antes da sessão da Corte Especial do STJ que irá julgar o pedido de homologação da sentença italiana, nesta quarta-feira. O país pede que o atleta cumpra a pena no Brasil. Em entrevista ao programa Domingo Espetacular, o ex-jogador sustenta sua alegação de inocência, e diz que a principal distinção entre seu caso e o de Daniel Alves está no tempo que as vítimas levaram para realizar a denúncia.
— Não gosto de falar de outras pessoas, não conheci profundamente o caso de Daniel Alves, que é totalmente diferente do meu. Pelo pouco que vi, a vítima foi buscar seus direitos logo após. No meu caso, a mulher que me acusou foi depois de quatro meses procurar a Justiça — disse Robinho, em entrevista à TV Record.
Além disso, o ex-jogador fala em “inverdades”, diz ter sido vítima de injustiça e compara seu caso ao do ator Johnny Depp nas disputas judiciais de difamação entre ele e a ex-mulher Amber Heard, em 2022. O caso terminou com as duas partes consideradas culpadas, mas Depp foi mais beneficiado pelo julgamento final.
— Todo ser humano comete erros, mas cometer um crime? Pode ser jogador de futebol, pode ser quem for, tem que pagar pelo que fez. Acho que nós esportistas temos que dar exemplo. Não sou essa pessoa que estão tentando me transformar. Sempre fui respeitoso — afirmou.
Em publicação nas redes sociais, Robinho disse, ainda, que tem provas “gritantes” de sua inocência, e alegou nunca ter negado que houve uma relação consensual, “rápida e superficial” com a vítima.
Na noite em questão, o jogador estava acompanhado da mulher Vivian Guglielmetti e de quatro amigos. Robinho relata que, em um determinado momento, sua esposa se sentiu cansada e quis ir para casa. Os cinco, no entanto, seguiram na casa de festas com o intuito de “se divertirem”.
O atacante também afirma ter capturas de tela de conversas por mensagens de texto que comprovem uma estratégia da mulher que o acusa, a qual planejava uma aproximação assim que ele ficasse desacompanhado. O julgamento em três instâncias na Justiça italiana, no entanto, teria ignorado essas provas, segundo ele.
Racismo
Para Robinho, o julgamento teria sido conduzido de maneira diferente se ele fosse branco ou europeu. O atleta afirma ter recebido um tratamento diferente por parte das autoridades italianas, por conta da cor de sua pele.
— Só me leva a crer que esses que me condenaram são os mesmos que permitem que aconteça inúmeras vezes historias de racismo contra inúmeros estrangeiros fora do Brasil. Joguei na Europa quase 10 anos e vi várias vezes — diz o ex-jogador, na publicação.
Segundo o brasileiro, sua passagem de quatro anos pelo Milan o leva a crer que houve racismo na decisão judicial.
— Já teve jogadores, como Mario Balotelli, que se naturalizou italiano para jogar na Itália e ainda assim sofria muito. Já tentei acalmá-lo. Tenho certeza que se fosse com um europeu, um branco, o julgamento seria diferente — alega.
Condenação
Condenado pela Justiça da Itália por participação em um estupro coletivo em 2013, o ex-jogador Robinho alega ter elementos que vão provar sua inocência. Está marcada para a próxima quarta-feira, dia 20, a partir das 14h, a sessão da Corte Especial do STJ que irá julgar o pedido de homologação da sentença italiana. O país pede que o atleta cumpra a pena no Brasil.
Em entrevista anunciada pelo programa “Domingo Espetacular”, da TV Record, o atleta afirma “responder sozinho” pelo crime, e diz ter elementos que contribuem para uma possível alegação de inocência.
— Porque só eu estou respondendo por isso? Não estou pedindo para me inocentarem sem provas. Eu tenho as provas — diz o ex-jogador, na entrevista.
Como será o julgamento de Robinho?
O julgamento do pedido de homologação de sentença será transmitido ao vivo pelo canal do Superior Tribunal de Justiça no YouTube. A sessão da Corte Especial do STJ está marcada para a próxima quarta-feira (20), a partir das 14h.
A Corte Especial do STJ é formada pelos 15 ministros mais antigos da Casa. Para que a sentença seja homologada é necessário o voto da maioria simples, ou seja metade mais um dos ministros presentes. O quórum mínimo para realização é de oito ministros. O vice-presidente do Tribunal, ministro Og Fernandes, presidirá a sessão e, por isso, vota apenas em caso de empate. O pedido de homologação tem como relator o ministro Francisco Falcão.
Segundo o STJ, no início do julgamento, haverá a realização de sustentações orais pelas partes. Cada um poderá fazer a exposição por até 15 minutos. Depois das manifestações orais, o ministro Francisco Falcão apresentará seu voto como relator. Na sequência, votam os demais ministros e ministras, por ordem de antiguidade. É possível, contudo, que haja pedido de vista, situação em que o julgamento é suspenso e retomado em data futura. O prazo para retomada é de até 60 dias corridos, prorrogável por mais 30.
Cabe à Corte Especial do STJ analisar os pedidos de homologação de decisões estrangeiras, para que elas passem a ter eficácia no Brasil – não se trata de um novo julgamento das ações cíveis ou penais que tramitaram no exterior, mas, sim, de um exame para verificar se a sentença cumpre os requisitos formais previstos pelo artigo 963 do Código de Processo Civil para homologação (se foi proferida por autoridade competente no exterior, se houve a citação do réu, se a decisão não constitui ofensa à ordem pública brasileira, entre outros).
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