A reta final dos Campeonatos Estaduais é um momento importante não apenas para a definição dos títulos, mas para os muitos jogadores que usam estes torneios como vitrine para buscar equipes de maior expressão e um futuro melhor para suas carreiras. Apesar da janela de transferências de início de ano ter se fechado no último dia 7, há um período para que clubes “garimpem” talentos posteriormente, e o seu time pode estar interessado numa dessas apostas.

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O regulamento da CBF designa um tempo especial para jogadores que disputam apenas os Estaduais possam trocar de clube. Em 2024, esta janela acontecerá entre os dias 1º e 19 de abril.

O Paulista é conhecido como o campeonato mais equilibrado em questão de forças, mas a principal história de 2024 vem do Rio de Janeiro — mais especificamente da Baixada Fluminense. O Nova Iguaçu chama a atenção do Brasil com um futebol envolvente, e joga por apenas um empate contra o Vasco, neste domingo, para chegar à final do Carioca.

Entre os bons nomes que vêm marcando a campanha — a segunda melhor na Taça Guanabara, atrás do Flamengo —, estão os do atacante Carlinhos, vice-artilheiro da competição com oito gols, do ponta Bill, destaque pelas participações em gols, e o meia Yago Ferreira, filho do ex-jogador Iranildo e emprestado pelo Fluminense. Se, em 2023, Lelê saiu do Volta Redonda direto para o tricolor, alguns nomes da “Laranja Mecânica da Baixada” devem ser bem visados pelo mercado.

Ouro em Minas

Quem deve estar em um novo clube nas próximas semanas é o meia Robert Santos, do Athletic, de São João del-Rei (MG). Com apenas 20 anos, ele já atrai os olhares de vários clubes da Série A do futebol brasileiro, como Atlético-MG, Vasco, Athletico e Bragantino. Robert já passou pelas bases de Palmeiras, onde jogou ao lado de Endrick, e Bahia, e teve uma curta experiência internacional pelo Portimonense-POR.

Nenhuma proposta ainda foi feita, mas a qualidade do jovem, que marcou quatro gols e deu duas assistências em oito jogos, o credencia a voos altos.

— O Robert é, sem dúvidas, a grande revelação do Mineiro. É canhoto, mais meia do que atacante. Tem boa habilidade e boa visão de jogo. Eu apostaria facilmente que vai para a Série A pelo que tem jogado no Athletic. Claro que pode sentir o peso de uma camisa maior, mas é um cara de muito potencial. Tem gente que até brinca que ele lembra o Rivaldo, pelo porte físico — diz o jornalista mineiro Victor Martins.

A equipe não chegou às semifinais do Mineiro, mas conta com bons nomes, como também o volante Wallisson, ex-Cruzeiro.

Mostrar o talento individual conta alguns pontos nessa disputa. No Catarinense, o atacante Zé Eduardo é um dos artilheiros da competição (cinco gols) pelo Marcílio Dias, e deixou sua marca contra o Vasco pela Copa do Brasil. No Goiano, o goleiro Léo foi herói do Goiânia na disputa de pênaltis que eliminou o Goiás, nas quartas de final. Já no Cearense, o atacante Gabryel Martins (Ferroviário) e o zagueiro Guilherme (Maracanã) são pilares de duas equipes que estão nas semifinais e tentam desafiar a hegemonia de Fortaleza e Ceará.

De casa nova

Ao mesmo tempo, clubes que chegam longe ajudam a projetar os nomes em um palco com mais holofotes. Por exemplo, no Novorizontino, em São Paulo, o trabalho conduzido pelo treinador Eduardo Baptista vem potencializando bons jogadores, como o atacante Fabrício Daniel.

E há jogadores que já conseguiram uma sonhada transferência para equipes de maior expressão. Também do Novorizontino, o meia Rômulo foi contratado pelo Palmeiras para chegar após o término do Estadual. Chamando atenção desde a Série B do ano passado, ele recebeu proposta ainda do Botafogo.

O alvinegro carioca surpreendeu ao apostar no goleiro Raul Steffens, que foi destaque do São Luiz (RS), campeão da Recopa Gaúcha em cima do Grêmio.