Esportes
Rio Open: Boleiro, sparring e o sonho de ser um profissional
Vindo de um projeto social parceiro do Rio Open, Vitinho tem trajetória parecida à de João Fonseca, e se inspira no amigo
As crias do Rio Open vão muito além de João Fonseca, que encantou o público carioca nesta edição. Inúmeros meninos e meninas têm forte ligação com o evento desde criança, a maioria vinda de projetos sociais parceiros, e também buscam seu lugar ao sol no mundo do tênis. É o caso de Antônio Vitor Monteiro, de 17 anos. Ou melhor, Vitinho, ex-boleiro da competição, campeão do torneio Winners, realizado na semana passada no Jockey, e sparring este ano.
Longe do roteiro do garoto da Zona Sul do Rio cujos pais frequentam ou são sócios de clubes de tênis e o esporte lhe é apresentado desde criança, Vitinho chegou ao tênis meio a contragosto.
O sonho do menino rubro-negro era ser jogador de futebol. Ou ao menos frequentar uma escolinha. Mas a mãe, já fã do esporte, soube do projeto Tênis na Lagoa e resolveu inscrevê-lo numa aula.
— Minha mãe e o Alexandre (Borges, criador do projeto) me convenceram a fazer uma aula experimental. Eu tinha uns 6 anos. Não queria muito, mas alguns amigos de colégio estavam lá e fui fazendo... Comecei a disputar torneios estaduais, brasileiros, pela América do Sul... — conta Vitinho, que costuma treinar com João quando ele está no Rio e se inspira nele.
Filho de pais cearenses, Vitinho é carioca da gema. Até estranha as expressões e a comida do Ceará que eles inserem no dia a dia. Nada de cuscuz no café da manhã.
Mas o jovem tem vivências distintas aos de outros meninos da sua idade que buscam ser profissional de tênis. A mãe doméstica e o pai porteio de um prédio em Ipanema, onde foi criado numa das ruas mais badaladas do bairro, não têm condições de bancar os custos totais de viagens.
Ao lado do técnico Alexandre, eles escolhem as competições e, normalmente, fazem vaquinhas online. Sem patrocínio, tudo fica mais difícil, mas Vitinho não esmorece. Acredita no seu potencial para se tornar um tenista profissional. Resiliência ele tem. Aos 14 anos, sofreu uma fissura na coluna durante o Banana Boat e ficou sete meses em recuperação.
— Foi agoniante — lembra ele, esbanjando confiança: — Eu tenho certeza do meu potencial. Só preciso acreditar nisso durante os meus jogos. Sei que é duro, mas sei que consigo.
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