Esportes
Oficina de tênis em cadeira de rodas coloca jovens carentes em contato com tenistas campeões da modalidade
Samuca, de 16 anos, foi um dos adolescentes que puderam se inspirar no encontro com campeões; final de duplas do Wheelchair Tennis Elite será neste sábado na quadra principal
Neste sábado, a quadra central Guga Kuerten vai receber a final de duplas do Wheelchair Tennis Elite, apresentado por ALLOS, após os jogos das semifinais do torneio de simples do Rio Open. Os britânicos Alfie Hewett e Gordon Reid, campeões no torneio de duplas do Australian Open em janeiro deste ano, vão enfrentar a dupla formada pelo japonês Shingo Kunieda, dono de 50 títulos de Grand Slam e campeão paralímpico quatro vezes, e o brasileiro Daniel Rodrigues, ex-número 11 do ranking mundial.
Mais do que o título, no entanto, os atletas já comemoram a visibilidade dada ao tênis em cadeira de rodas. E, sobretudo, a oportunidade dada a crianças cadeirantes e praticantes do esporte de terem contato com o alto nível da modalidade. Na sexta-feira, houve uma oficina com a presença dos quatro tenistas e de jovens de projetos sociais apoiados pelo evento.
Entre eles, estava Samuel de Souza e Silva, de 16 anos. Morador de Acari, o adolescente sofreu paralisia cerebral por causa de complicações durante a gravidez da mãe Ana. Por causa das limitações de mobilidade, Samuca sempre precisou de tratamentos constantes. Há cinco anos, o projeto Futuro Bom foi apresentado a eles, e o menino passou a fazer aulas de tênis em cadeiras de rodas duas vezes por semana.
— Não víamos tênis, não conhecíamos nada. Procuramos o Marcos Fonseca (responsável pelo projeto), ele começou a fazer aulas e se apaixonou. Ele também faz bocha, mas a paixão é o tênis. O sonho é ser atleta — conta a mãe.
Nos últimos meses, Samuca precisou dar uma parada no tênis em virtude de uma cirurgia na coluna para correção da escoliose. Mesmo no fim da recuperação, ele não desperdiçou a chance de estar na oficina e conhecer os jogadores.
Cada rebatida certa na raquete era motivo de vibração do menino, fã do Thiago Monteiro. Durante a oficina, o jogo do brasileiro contra o argentino Sebastian Baez, pelas quartas de final, começou na quadra central. Motivo de ansiedade para Samuca:
— Vai Thiago Monteiro! — gritou ele, enquanto esperava sua vez.
Representante brasileiro da competição, Daniel Rodrigues conversou com Samuel e deu algumas dicas ao jovem. Inclusive, para ele se acostumar a dar entrevistas se quiser ser realmente atleta.
— Você vai se soltando aos poucos — explicou Daniel.
O brasileiro abriu mão de estar em outros torneios para participar do evento no Rio de Janeiro, e poder estar presente nas oficinas. Daniel só começou no esporte aos 19 anos. Hoje, ele é um militante da causa e sabe a importância de ter exemplos para poder se inspirar. Algo que ele não teve.
—É isso que a gente quer, que o tênis em cadeira de rodas seja bem representado. Estamos falando aqui de crianças que estão com vontade de praticar o tênis em cadeira de rodas. Eu não tive essa oportunidade nessa idade. Aqui é a oportunidade de mudar de vida. Tudo o que aconteceu na minha vida foi através do esporte. É só dar oportunidade — argumenta Daniel.
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