Economia

Governo chinês retoma diálogo com setor automotivo brasileiro para fornecimento de chips

Embaixador da China informa vice-presidente Geraldo Alckmin sobre retomada das negociações neste sábado

Agência O Globo - 01/11/2025
Governo chinês retoma diálogo com setor automotivo brasileiro para fornecimento de chips
- Foto: Reprodução

O governo da China anunciou a reabertura de canais de diálogo com o setor automotivo brasileiro para evitar o desabastecimento de chips utilizados na produção de veículos flex no país. O comunicado foi feito pelo embaixador chinês no Brasil, Zhu Qingqiao, ao vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, na manhã deste sábado.

A preocupação com a escassez de semicondutores ganhou força diante das disputas internacionais entre China e Estados Unidos em torno da produção desses componentes, considerados essenciais para a indústria automotiva.

Na última terça-feira, Alckmin reuniu-se com representantes da indústria e de entidades de trabalhadores do setor automotivo, que solicitaram apoio do governo brasileiro para articular, junto ao governo chinês, a garantia do fornecimento regular de chips ao mercado nacional. No diálogo com a Embaixada da China, o vice-presidente pediu prioridade no atendimento às empresas brasileiras.

— A cadeia automotiva emprega 1,3 milhão de pessoas e tem impacto direto em outros setores, como o siderúrgico, químico, plástico e de borracha. Ainda precisamos observar como isso se concretizará na prática, mas demos hoje um passo importante para que a indústria automotiva brasileira continue crescendo e gerando empregos de qualidade — afirmou Alckmin.

A preocupação se intensificou após a intervenção do governo holandês em uma empresa chinesa com operações na Holanda, responsável por cerca de 40% do mercado mundial desses chips usados em veículos flex. Como resposta, Pequim suspendeu as exportações de semicondutores produzidos em fábricas localizadas na China.

Na última quinta-feira, China e Estados Unidos anunciaram um acordo comercial, abrindo perspectivas para uma eventual normalização da produção e do comércio global de semicondutores.