Economia
Haddad diz que mostrou a Lula estudos sobre isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil
Promessa de campanha não consta na proposta de orçamento de 2025, e deve ficar para o último ano de mandato do governo, em 2026
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu da equipe econômica um estudo sobre a viabilidade de conceder isenção de Imposto de Renda a quem ganha até R$ 5 mil por mês. A informação foi dada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, nesta quinta-feira (dia 12).
— O presidente encomendou da área da Fazenda estudos que permitissem chegar no último ano de seu governo a cifra de R$ 5 mil, e nós apresentamos alguns cenários — disse o ministro em entrevista ao programa "Bom dia, Ministro", do Canal Gov.
A mudança é uma promessa de campanha do presidente Lula., mas não está prevista na proposta de Orçamento de 2025, enviada pela Fazenda ao Congresso Nacional no fim de agosto. Desse modo, uma eventual reforma de renda deve ficar para 2026, último ano de mandato deste governo.
Cenário
Segundo o ministro, o presidente Lula deve decidir sobre a questão em um "futuro próximo":
— Todos os cenários preveem essa possibilidade de cumprimento dessa proposta. Me parece consistente a proposta da área técnica, e ele (presidente Lula) se animou de falar do assunto. Um dos caminhos oferecidos parece promissor do ponto de vista econômico e político — completou Haddad.
Na semana passada, o presidente Lula reafirmou que vai cumprir a promessa feita durante a sua campanha à Presidência. Segundo ele, a medida será implementada em 2026.
— Eu vou cumprir essa promessa. Em 2026, na hora que for mandado o Orçamento para o Congresso Nacional, estará lá a rubrica de que quem ganha até R$ 5 mil não pagará Imposto de Renda — disse Lula.
Mudanças já feitas
Até 2022, o limite da isenção de Imposto de Renda era para quem recebia até R$ 1.903,98. Em maio do ano passado, o governo ampliou a faixa para R$ 2.640.
Neste ano, o governo publicou uma medida provisória (MP) que isenta o pagamento do Imposto de Renda para pessoas que recebem até dois salários mínimos, ou seja, até R$ 2.824. A MP já foi aprovada pelo Congresso Nacional.
'Juros têm que cair'
Durante a entrevista, Haddad ainda reafirmou que a economia brasileira deve crescer mais do que 3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas do país), e que os juros precisam cair para que a dívida interna seja controlada.
— A economia vai crescer mais de 3% esse ano. A geração de emprego vai ser recorde esse ano, e nós não podemos nos acomodar, precisamos perseguir nossos objetivos para que o país volte a ter finanças robustas — disse o ministro.
— Não temos dívida externa, nós temos que controlar agora a nossa dívida interna. Esses juros têm que cair para que essa rolagem seja sustentável — completou Haddad.
Taxa Selic
A taxa Selic hoje está em 10,5% ao ano, e agentes do mercado esperam um novo ciclo de alta. Os diretores do Banco Central (BC) se reunirão na próxima semana para decidir a taxa básica de juros.
Segundo o Boletim Focus divulgado na segunda-feira (dia 9), economistas do mercado financeiro preveem que a Selic suba dos atuais 10,5% para 11,25% ao ano, no fim de 2024. Para a reunião da semana que vem, a aposta é que a alta seja de 0,25 ponto percentual.
Nesta quarta-feira (dia 11), Haddad disse que a seca prolongada terá impacto no preço dos alimentos e que a inflação "preocupa um pouquinho". Haddad, no entanto, ponderou que a solução para este eventual aumento não pode ser a elevação dos juros pelo BC.
— A inflação preocupa um pouquinho, sobretudo em virtude do clima. Estamos acompanhando a evolução da questão climática, o efeito do clima sobre o preço do alimento e, eventualmente, sobre o preço de energia faz a gente se preocupar um pouco com isso. Mas essa inflação, advinda desse fenômeno, não se resolve com juros, juros é outra coisa — disse o ministro a jornalistas, no Ministério da Fazenda.
Ele ainda defendeu o quadro técnico do BC:
— O Banco Central está com um quadro técnico bastante consistente para tomar a melhor decisão, e nós vamos aguardar o Copom da semana que vem.
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